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O que é marketplace? Entenda vantagens e desvantagens

Grandes varejistas cada vez mais têm aderido ao marketplace, e esses sites têm se tornado ainda mais populares entre os consumidores

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O comércio eletrônico transformou a maneira como consumidores e empresas interagem, e uma das modalidades que mais crescem nesse cenário é o marketplace. Para varejistas e empreendedores, entender o que é marketplace, como ele funciona e quais são seus impactos no negócio é essencial para tomar decisões estratégicas.

De acordo com um relatório da Ebit|Nielsen de 2020, ano em que se intensificou a pandemia de Covid-19 e o marketplace começou a ganhar mais espaço, esses locais de venda cresceram 52% acima do mercado. O total foi de 148 milhões de compras feitas pelo marketplace, 38% a mais que o ano anterior ao estudo.

Além disso, de acordo com o CX Trends de 2024, 66% dos consumidores utilizaram pelo menos um marketplace para fazer compras online num período de 12 meses.

Outro estudo nesse sentido é o Market Review: Tendências do E-commerce para 2022, do Bornlogic e Opinion Box. Segundo a pesquisa, 72% dos brasileiros escolhem comprar no marketplace quando o assunto são compras online. Isso porque esse espaço permite uma variabilidade de preços maior, e também mais opções de vendedores que atendam às demandas dos clientes. Sem contar que comprar diretamente de uma pessoa comum pode causar mais identificação no cliente.

O que é marketplace?

Um marketplace é uma plataforma online que conecta vendedores e compradores em um mesmo ambiente digital. Diferente de um e-commerce tradicional, em que a loja vende apenas seus próprios produtos, no marketplace diversos vendedores podem ofertar produtos ou serviços para um público amplo.

Essa estrutura funciona como um “shopping virtual”, onde cada lojista mantém seu próprio catálogo, mas a transação acontece dentro da plataforma.

Como funciona o marketplace?

O funcionamento de um marketplace envolve três atores principais: o consumidor, o vendedor e a plataforma. O consumidor acessa o site ou aplicativo e navega pelas ofertas de diversos lojistas. Ao escolher um produto, a compra é processada pelo sistema do marketplace, que gerencia o pagamento, confirma o pedido e repassa as informações ao vendedor. Este, por sua vez, é responsável pelo envio do produto e pelo atendimento pós-venda.

A plataforma atua como intermediária, oferecendo a infraestrutura tecnológica, meios de pagamento e, em muitos casos, serviços de logística e marketing. Em contrapartida, o marketplace recebe uma comissão sobre cada venda realizada ou cobra mensalidades para que o vendedor mantenha seus anúncios ativos.

Qual é a diferença entre marketplace e loja virtual?

A diferença entre um marketplace e uma loja online reside principalmente na estrutura de negócios e na forma como produtos e serviços são oferecidos aos consumidores. Ambos os modelos têm como objetivo a venda de mercadorias pela internet, mas se distinguem em diversos aspectos operacionais e estratégicos.

Um marketplace é uma plataforma digital que reúne diversos vendedores em um único espaço virtual, permitindo que cada um deles ofereça seus produtos diretamente aos consumidores. Exemplos conhecidos de marketplaces incluem Amazon, eBay e Mercado Livre. Nesse modelo, a plataforma atua como intermediária, facilitando a transação, o pagamento e, muitas vezes, a logística, mas não possui o estoque dos produtos vendidos. Os vendedores são responsáveis por gerenciar seu inventário, preços e atendimento ao cliente, enquanto o marketplace fornece a infraestrutura tecnológica, visibilidade e alcance para os consumidores.

Por outro lado, uma loja online é uma plataforma exclusiva de um único vendedor ou de uma única empresa. Esse modelo de negócios permite que o proprietário da loja tenha controle total sobre o inventário, precificação, branding e experiência do cliente. Empresas como Zara, Nike e Apple possuem suas próprias lojas online, onde comercializam exclusivamente seus produtos. Diferente do marketplace, a loja online centraliza todas as operações, desde o armazenamento até o atendimento pós-venda, oferecendo uma experiência de compra mais personalizada e direta com o cliente final.

Além dessas diferenças estruturais, a gestão de um marketplace e de uma loja online também varia significativamente. No caso do marketplace, a plataforma precisa se concentrar em atrair tanto vendedores quanto compradores, garantindo um equilíbrio que mantenha o ecossistema saudável e dinâmico. Além disso, é crucial estabelecer políticas claras e mecanismos para resolver disputas entre compradores e vendedores. Já na loja online, o foco está em construir uma marca forte, otimizar a experiência do usuário e manter um controle rígido sobre a qualidade dos produtos e serviços oferecidos.

Em resumo, a principal diferença entre um marketplace e uma loja online está na quantidade e na diversidade de vendedores presentes na plataforma. Enquanto o marketplace atua como um grande shopping virtual com múltiplos vendedores, a loja online funciona como uma boutique digital, onde um único vendedor oferece seus produtos diretamente aos consumidores. Cada modelo possui suas próprias vantagens e desafios, sendo escolhido de acordo com os objetivos e a estratégia de negócios de quem deseja vender online.

Vantagens de vender em um marketplace

Para empresas e empreendedores, a presença em um marketplace pode trazer diversas vantagens. A primeira é a ampliação do alcance, já que essas plataformas atraem um grande volume de visitantes diariamente, oferecendo aos vendedores acesso imediato a um público que talvez não chegassem por conta própria.

Outra vantagem é a redução de custos operacionais. Ao utilizar a estrutura de um marketplace, o vendedor não precisa investir em desenvolvimento de site próprio, hospedagem, segurança ou sistemas de pagamento. Além disso, muitas plataformas oferecem soluções integradas de logística, simplificando o processo de envio.

A credibilidade também é um ponto relevante. Estar associado a marcas já consolidadas no mercado pode aumentar a confiança do consumidor e facilitar a conversão de vendas. Em muitos casos, o marketplace investe pesado em marketing, o que beneficia todos os vendedores participantes.

Desvantagens

Apesar dos benefícios, vender em um marketplace também apresenta desafios. Um dos principais é a alta concorrência. Como vários vendedores oferecem produtos semelhantes, a disputa por preços pode reduzir margens de lucro.

Outro ponto é a dependência da plataforma. Mudanças nas políticas comerciais, nas taxas de comissão ou nos algoritmos de ranqueamento podem impactar diretamente as vendas. Além disso, o vendedor tem menos controle sobre a experiência do cliente, já que a interface, o processo de compra e até o atendimento inicial são definidos pelo marketplace.

Há também a questão dos custos. Embora não haja investimento inicial em tecnologia, as comissões e taxas podem representar uma fatia significativa do faturamento. Dependendo do segmento e da estratégia de preços, isso pode reduzir a rentabilidade.

Diferenças entre E-commerce e Marketplace

O e-commerce tradicional e o marketplace compartilham o ambiente online, mas apresentam diferenças fundamentais. No e-commerce próprio, a empresa é responsável por todo o processo, desde a gestão de estoque até o atendimento ao cliente. Isso permite maior controle sobre a marca e a experiência de compra, mas exige investimento em tecnologia, marketing e logística.

Já no marketplace, o vendedor compartilha a vitrine com outros lojistas, aproveitando a audiência e a infraestrutura da plataforma. O controle sobre a experiência é menor, mas o alcance é maior e a entrada no mercado é mais rápida. Muitas empresas optam por uma estratégia híbrida, mantendo seu próprio e-commerce e vendendo também em marketplaces para diversificar canais e reduzir riscos.

Tipos de marketplace

Os marketplaces podem ser classificados de acordo com o tipo de transação e o público-alvo. No modelo C2C (Consumer to Consumer), consumidores vendem diretamente para outros consumidores. Plataformas de produtos usados ou artesanato se encaixam nessa categoria.

O modelo B2C (Business to Consumer) é o mais comum no varejo. Nele, empresas oferecem produtos diretamente aos consumidores finais, como acontece na Amazon ou no Mercado Livre.

Já no B2B (Business to Business), a plataforma conecta empresas que vendem para outras empresas. Esse formato é comum em setores de atacado e distribuição, onde o foco está em volumes maiores e negociações específicas.

Principais exemplos de marketplace

Nos últimos anos, pressionados pela concorrência gerada pelo marketplace, os grandes varejistas começaram a disponibilizar seus sites hiper-frequentados para que outras pessoas pudessem anunciar, como já era hábito da Amazon, por exemplo.

Nesse sentido, algumas empresas que possuem marketplace no Brasil hoje são:

Amazon

Trabalhadores da Amazon; comissão francesa. Conceito de marketplace

A Amazon é a maior varejista do mundo, e uma das principais empresas de todos os tempos. Jeff Bezos criou a plataforma em 1994 para vender livros, mas percebeu rapidamente o potencial para vender muito mais. Hoje, a venda de livros ainda é um dos carros-chefe da empresa.

A Amazon iniciou seus serviços de marketplace nos anos 2000 e é possível encontrar tudo por lá: livros, maquiagem, roupas, eletrodomésticos, itens para casa, alimentos, eletrônicos, bicicletas, pet shop, calçados, itens de construção, automotivos, e itens de marca própria, como a Alexa, além de várias outras coisas. A Amazon oferece comissões atrativas para os vendedores, o que chama a atenção.

Americanas

Entrada de uma loja da Americanas. Conceito de marketplace

O site da Americanas, pertencente à Americanas S.A., dona também do Submarino, da Shoptime e da Sou Barato, se tornou um marketplace com o crescimento da tendência no mercado de vendas online. O diferencial do marketplace da Americanas é o custo zero para começar a vender, além da prevenção contra fraudes.

Magalu

fachada de loja Magazine Luiza

O marketplace da Magalu começou em 2016, pressionado pela força dos concorrentes. Hoje, conta com mais de 200 empresas cadastradas, e um catálogo vasto de produtos, entre eletrodomésticos, móveis e itens de cama, mesa e banho. Lá, é preciso ter CNPJ para começar a vender, e os produtos são focados no que já era vendido pela marca anteriormente. Porém, um diferencial é a boa experiência para o cliente por meio da estrutura UX.

Mercado Livre

O Mercado Livre é um dos marketplaces mais famosos do Brasil e do mundo – todo mundo faz uma pesquisa no site antes de fazer uma compra. A plataforma foi criada na Argentina em 1999 e se tornou líder na América Latina. Com 211 milhões de usuários e 10 milhões de vendedores, o Mercado Livre vende de tudo: desde itens pequenos até casas e carros, completando cerca de 9 vendas por segundo. A receita do Mercado Livre vem da comissão pelas vendas, e um diferencial é que a plataforma tem sua própria forma de pagamento, o Mercado Pago.

Uber

Imagem: Unsplash

O Uber é um marketplace digital que conecta passageiros a motoristas de forma eficiente e inovadora. Funcionando como um intermediário, a plataforma utiliza tecnologia avançada para facilitar a oferta e demanda de serviços de transporte urbano. Os passageiros podem solicitar viagens através de um aplicativo intuitivo, enquanto motoristas parceiros têm a oportunidade de oferecer seus serviços, gerando renda de maneira flexível. Além disso, o Uber promove a segurança e a transparência através de sistemas de avaliação mútua, rotas monitoradas por GPS e opções de pagamento eletrônicas. Esta abordagem disruptiva não só transformou a indústria de transporte, mas também redefiniu a conveniência e a mobilidade urbana em várias cidades ao redor do mundo.

Airbnb

O Airbnb é um marketplace digital que revolucionou o setor de hospedagem ao conectar diretamente anfitriões, que oferecem acomodações variadas, com viajantes em busca de alternativas aos hotéis tradicionais. Por meio de uma plataforma intuitiva, anfitriões podem listar seus imóveis, que vão desde quartos compartilhados a casas inteiras, enquanto os hóspedes podem explorar e reservar acomodações que atendam às suas necessidades e preferências. O Airbnb promove a confiança e a segurança através de um sistema de avaliações mútuas, verificação de identidade e comunicação direta entre as partes, além de oferecer suporte ao cliente 24 horas. Essa abordagem não apenas diversificou as opções de hospedagem em nível global, mas também criou uma economia compartilhada que beneficia tanto os anfitriões, que podem gerar renda extra, quanto os viajantes, que têm acesso a experiências de hospedagem únicas e personalizadas.

Buser

ônibus rosa da buser

Imagem: Divulgação

O Buser também é um marketplace digital de serviços que inovou o setor de transporte rodoviário nos últimos anos. Inicialmente, a empresa apenas oferecia ônibus de fretamento próprio, porém, com o passar do tempo, se tornou um marketplace ao permitir que outras empresas de transporte rodoviário tradicionais anunciem passagens em sua plataforma. Frequentemente, a Buser oferece preços mais acessíveis em comparação com as linhas tradicionais de ônibus. Empresas de transporte parceiras, por sua vez, podem otimizar a utilização de sua frota e expandir sua base de clientes sem depender exclusivamente dos pontos de venda físicos. O Buser também prioriza a segurança e a transparência, oferecendo seguros de viagem, avaliações de serviço e suporte ao cliente dedicado. Esta abordagem disruptiva tem democratizado o acesso ao transporte de longa distância no Brasil, oferecendo mais opções e melhorando a experiência de viagem para os passageiros.

iFood

iFood Box, exemplo de locker, estratégia omnichannel semelhante à pickup store

Imagem: Divulgação

O iFood é um marketplace digital que transforma a experiência de pedidos de comida ao conectar consumidores com uma vasta rede de restaurantes e entregadores parceiros. Através de um aplicativo intuitivo e de fácil navegação, os usuários podem explorar diversas opções gastronômicas, fazer pedidos e acompanhar o status da entrega em tempo real. Os restaurantes, por sua vez, têm a oportunidade de expandir seu alcance e aumentar as vendas sem a necessidade de uma infraestrutura de entrega própria. Além disso, o iFood proporciona flexibilidade e oportunidades de renda para entregadores autônomos. Com sistemas de pagamento seguros e eficientes, avaliações mútua entre consumidores e restaurantes, e suporte ao cliente, o iFood não só dinamizou o setor de alimentação, mas também promoveu uma conveniência sem precedentes na forma como as pessoas acessam suas refeições diárias.

O papel da logística e da tecnologia

A logística é um elemento central no sucesso de um marketplace. A eficiência na entrega impacta diretamente a satisfação do cliente e a reputação do vendedor. Muitas plataformas investem em soluções próprias, como centros de distribuição e redes de transporte, para garantir prazos competitivos e custos mais baixos.

A tecnologia também desempenha papel estratégico. Recursos como recomendação de produtos, filtros avançados, avaliações de clientes e integração com sistemas de gestão ajudam a melhorar a experiência de compra e aumentar as vendas. A segurança da informação, especialmente em pagamentos, é outro aspecto crítico para manter a confiança do consumidor.

Estratégias para ter sucesso em um Marketplace

Para se destacar em um marketplace, o vendedor precisa adotar práticas que melhorem sua visibilidade e reputação. A qualidade das fotos e descrições de produtos é determinante para atrair compradores. Além disso, manter preços competitivos e garantir prazos de entrega curtos são fatores que influenciam o ranqueamento dentro da plataforma.

O atendimento ao cliente também é decisivo. Responder rapidamente a dúvidas e resolver problemas de forma eficiente contribui para avaliações positivas, o que aumenta a credibilidade do vendedor. Outro ponto é o uso de anúncios patrocinados dentro da plataforma, recurso que pode impulsionar a exposição dos produtos em momentos estratégicos.

Tendências para o futuro dos marketplaces

O futuro dos marketplaces no varejo aponta para mais integração entre canais, personalização e uso de tecnologias avançadas. A inteligência artificial deve ganhar espaço na recomendação de produtos e no atendimento ao cliente, enquanto a realidade aumentada pode melhorar a experiência de compra em segmentos como moda e decoração.

A expansão para nichos específicos também é uma tendência. Marketplaces segmentados, que atendem públicos ou setores específicos, oferecem uma experiência mais personalizada e podem gerar maior fidelização.

Outra perspectiva é a internacionalização. Plataformas que conectam vendedores e compradores de diferentes países tendem a ganhar relevância com a globalização do consumo e a melhoria da logística internacional.

Conclusão

O marketplace é um modelo de negócios que revolucionou o varejo digital, oferecendo oportunidades e desafios para empresas de todos os portes. Compreender o que é marketplace, como ele funciona e quais estratégias adotar para se destacar é fundamental para aproveitar seu potencial.

Para o varejista, o segredo está em equilibrar o uso da plataforma com a construção de uma identidade própria, garantindo que a presença no marketplace seja uma porta de entrada para relacionamentos duradouros com os clientes. À medida que a tecnologia e o comportamento do consumidor evoluem, os marketplaces continuarão a desempenhar papel central no futuro do comércio eletrônico.

Imagem: Envato

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