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Experiência acima do produto: a ascensão do retailtainment

Em plena era do comércio digital, o segredo para se destacar está em criar experiências, e não apenas transações. É nesse contexto que surge o retailtainment — a nova fronteira do engajamento do consumidor.
À medida que o e-commerce cresce, o varejo físico enfrenta um grande desafio, mas também uma oportunidade única. Para permanecer competitivo, muitos varejistas estão abraçando o conceito de retailtainment, a fusão entre varejo e entretenimento, transformando suas lojas em espaços experienciais capazes de atrair e engajar clientes.
O que é o retailtainment
Mais do que uma tendência de marketing, o retailtainment foi definido por George Ritzer em seu livro Enchanting a Disenchanted World como “o uso de ambiente, emoção, som e atividade para despertar o interesse do cliente pelos produtos e criar um clima favorável para a compra”.
O objetivo é proporcionar uma experiência de compra imersiva e memorável, capaz de estimular não apenas a aquisição de produtos, mas também a fidelidade à marca.
Um estudo realizado em 2025 pela Storefront revelou que 52% dos millennials destinam parte significativa de seus gastos a compras relacionadas a experiências, sinal claro de que os consumidores buscam muito mais do que apenas adquirir produtos.
E para se aprofundar em como o retailtainment e outras inovações estão transformando o varejo global, você precisa participar da NRF Paris com a delegação da Central do Varejo e ter acesso às discussões mais relevantes do setor:
O que diferencia o retailtainment
O retailtainment pode assumir diversas formas:
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eventos e ativações dentro da loja;
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displays interativos e instalações pop-up;
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ambientes temáticos e instagramáveis;
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embaixadores de marca que criam experiências ao vivo;
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recursos sensoriais como música, iluminação, aromas e sinalização digital.
Segundo o Australian Centre for Retail Studies, “a atmosfera específica criada pelo varejista pode, em alguns casos, ser mais influente no processo de decisão do que o próprio produto”.
Ou seja, o ambiente e a experiência emocional se tornam fatores decisivos, aumentando o tempo de permanência na loja e a taxa de conversão.
Vantagem competitiva e integração omnichannel
Em um mercado onde produtos são cada vez mais comoditizados, a experiência na loja se tornou um diferencial poderoso. O retailtainment atende a essa demanda transformando lojas em espaços vibrantes, que incentivam a interação e promovem comunidade.
Essa estratégia também se conecta ao digital: sinalizações dinâmicas, provadores virtuais e experiências gamificadas permitem integrar a jornada online e offline. Muitos varejistas já projetam espaços “instagramáveis”, incentivando os clientes a compartilharem suas vivências e gerando buzz orgânico para a marca.
Shopping centers também estão evoluindo: antes voltados apenas ao consumo, agora se tornaram espaços híbridos, onde lazer, cultura e entretenimento caminham lado a lado com as compras.
Casos e tendências
Hoje, já é comum encontrar lojas com estúdios de yoga, workshops interativos, consultorias personalizadas e experiências imersivas baseadas em inteligência artificial. O denominador comum é sempre o mesmo: criar uma experiência emocional, memorável e compartilhável.
O retailtainment não é apenas diversão; é uma estratégia sólida de negócios. Ele cria vínculos mais fortes entre marcas e clientes, gerando fidelização, recomendações e exposição espontânea nas redes sociais.
Como explica o especialista em Shopper Marketing, Simon Temperley, o retailtainment trata-se de criar uma “experiência de marca ao vivo”, que fortalece conexões humanas por meio de storytelling e engajamento.
Para o varejo físico, o recado é claro: produtos podem atrair, mas são as experiências que fidelizam. O retailtainment deixou de ser opcional e já se firmou como o futuro das lojas físicas.
Informações: NRF Europe com tradução livre Central do Varejo
Imagem: Envato