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Galunion apresenta tendências para o food service no iFood Move 2025

Durante o iFood Move 2025, Simone Galante, CEO e fundadora da Galunion, apresentou a palestra “Tendências de Food Service: O que vem por aí?”, na qual compartilhou dados inéditos e análises sobre os principais movimentos do setor. A especialista destacou que inovar com intenção e compreender o comportamento do consumidor são caminhos centrais para o crescimento sustentável no mercado de alimentação fora do lar.
A apresentação foi baseada em estudos e pesquisas realizadas com operadores e consumidores, além do monitoramento anual de 26 tendências mapeadas pela Galunion, divididas em três grupos: modelo de negócios, alimentos e bebidas, e experiência e hospitalidade.
Tendências estruturais e comportamento do consumidor
Segundo Simone, algumas mudanças observadas em 2025 são estruturais. Apesar da retração no uso de delivery por parte da população em geral — com queda de 11 pontos percentuais em relação a 2024 — a adoção continua alta entre consumidores da classe A (96%). Também houve aumento na busca por alimentação mais acessível, conveniência, bem-estar e experiências autênticas.
Em contrapartida, 45% dos entrevistados relataram estar saindo menos para comer e beber fora, o que reforça a importância de estratégias que tornem a experiência mais atrativa e prática, especialmente em praças de alimentação e operações presenciais.
Facilidade, multicanalidade e marcas virtuais
Entre as tendências mais relevantes no modelo de negócios, três foram detalhadas pela palestrante: facilidade e conveniência, multicanalidade e marcas virtuais.
Simone destacou o crescimento de modelos operacionais que eliminam fricções no processo de compra, com uso intensivo de tecnologia e simplificação de cardápios. Um exemplo citado foi o Osnir Hambúrguer, rede tradicional de São Paulo que combina alta performance no delivery com atendimento eficiente no salão.
Sobre a multicanalidade, Simone defendeu que essa já não é apenas uma tendência, mas um pré-requisito. Os consumidores utilizam em média 2,6 canais para descobrir novos restaurantes, sendo redes sociais e apps de delivery os principais meios, empatados com recomendações de amigos e familiares. A integração entre físico e digital foi exemplificada pelo McDonald’s, que em 2024 teve 61% das vendas realizadas por canais digitais.
No que diz respeito às marcas virtuais — operações exclusivamente online —, a especialista afirmou que elas representam uma grande oportunidade de inovação e teste. Citou o caso do NekoLamen, restaurante que começou de forma 100% virtual, enfrentou desafios operacionais, mas reposicionou seu processo e identidade para alcançar consistência e diferencial competitivo.
Alimentação acessível, brasileira e conectada com bem-estar
Na categoria de alimentos e bebidas, Simone apresentou oito tendências principais. Entre elas, destacou a crescente demanda por produtos financeiramente acessíveis, o fortalecimento da brasilidade como identidade no cardápio e a valorização de produtos ligados à saúde física e mental.
A CEO da Galunion mostrou que 22% dos consumidores estão mais atentos ao peso e à alimentação saudável, impulsionados inclusive pela popularização de medicamentos como os análogos de GLP-1. Isso cria uma nova demanda por pratos com alta proteína, baixo teor de carboidrato e funcionalidade nutricional.
Também foram mencionadas tendências como comfort food com releituras criativas, fusões étnicas (como culinária asiática-peruana), indulgência sensorial e inclusão alimentar (produtos veganos, sem glúten, entre outros) de forma integrada ao menu, sem segregação.
Inovação com intenção e produtos exclusivos
Simone ressaltou que a inovação mais eficaz é aquela feita com intenção clara e conexão com a identidade da marca. A pesquisa da Galunion apontou que 76% dos operadores apostam em novos pratos e sobremesas como forma de atrair consumidores, seguidos por promoções, combos e produtos sazonais.
Entre os desejos dos consumidores, destacam-se produtos com preço acessível, receitas brasileiras e itens exclusivos, com potencial de se tornarem “ícones” da marca. A executiva apontou que essa exclusividade pode ser fator decisivo para transformar o restaurante em destino recorrente.
Experiência, hospitalidade e tecnologia
Na última parte da apresentação, Simone abordou o papel da experiência e da hospitalidade no food service. Segundo ela, o futuro do setor não se limita a formatos operacionais, mas sim a como os consumidores se sentem em relação às marcas.
Entre as tendências apresentadas nesse campo estão:
- Autenticidade e transparência, como valor de marca e atendimento;
- Tech + Touch, com equilíbrio entre tecnologia para eficiência e humanização para conexão emocional;
- Radar Tech Food Service Brasil, plataforma gratuita lançada pela Galunion com cases de uso tecnológico em nove categorias;
- Criação de experiências memoráveis, com atenção a gatilhos emocionais como música, entretenimento, comunidade e bem-estar.
Simone alertou também para os desafios de execução. Apenas 11% dos consumidores afirmam nunca terem tido uma frustração em bares e restaurantes. As principais queixas estão ligadas a tempo de espera, preços elevados sem justificativa, atendimento ineficiente e ambientes desconfortáveis.
Coerência, conexão e protagonismo
A CEO da Galunion finalizou sua participação reforçando três pilares para o crescimento dos negócios no food service:
- Estar atento aos pontos de paixão do consumidor;
- Garantir coerência na execução da marca, evitando frustrações;
- Equilibrar tecnologia e toque humano, com inovação significativa.
“Conexão é a nova moeda”, afirmou Simone, ao defender que experiências que geram bons sentimentos e memórias são o caminho para fidelização e prosperidade no setor.
Imagem: Ygor Piva