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Inovação intencional no varejo: O exemplo da LEGO

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Quando se fala em inovação no varejo, é comum pensar em grandes avanços tecnológicos ou em disrupções que mudam completamente o mercado. Mas a verdadeira inovação vai além das novidades imediatas. Ela nasce da intenção do olhar atento e estratégico para o cliente, o espaço e o propósito.

Mais do que correr atrás de tendências, inovar é criar conexões duradouras, experiências significativas e valor sustentável. Esse é o caminho que a LEGO tem seguido com maestria.

Muito além de blocos de montar

Para a LEGO, inovação não significa apenas lançar novos produtos ou adotar tecnologias digitais. Trata-se de uma transformação enraizada na cultura da empresa e em sua visão de longo prazo. Cada decisão é guiada por uma intenção clara: oferecer experiências criativas, relevantes e inesquecíveis.

Um exemplo é o investimento no mercado chinês, onde a empresa desenvolveu lojas que unem experimentação, personalização e conexão cultural. Essa estratégia mostra como a LEGO vai além da venda, colocando o consumidor no centro de tudo.

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Experiências que encantam

As lojas LEGO se tornaram um verdadeiro palco da inovação intencional. Elas combinam o físico e o digital para criar vivências imersivas. A atração Minifigure Factory é um dos destaques: ali, cada cliente pode criar sua própria minifigura, escolhendo roupas, acessórios e até personalizando com desenhos e textos exclusivos. O resultado é um produto único, mas, acima de tudo, uma experiência memorável.

Conexão com a cultura local

Outro diferencial da LEGO está na forma como integra elementos culturais e naturais em suas lojas. Em Kunming, na China, por exemplo, peças LEGO retratam ícones regionais, como pratos típicos e animais selvagens de Yunnan. Assim, a marca se aproxima do consumidor de maneira afetiva, valorizando a identidade de cada lugar.

A loja do futuro, segundo a LEGO

Na visão da LEGO, a loja do futuro não é aquela que apenas adota a tecnologia mais recente, mas sim a que respeita o tempo do consumidor, entende seu contexto e cria significado em cada interação. A equação é simples: empatia como base, estratégia como guia e criatividade como motor.

O exemplo da LEGO sugere caminhos importantes para o varejo:

  • Conhecer profundamente o cliente: entender desejos, motivações e dores.
  • Criar experiências, não apenas vendas: transformar a compra em jornada.
  • Construir propósito e significado: reforçar a missão e conectar-se emocionalmente.
  • Otimizar processos com intenção: unir eficiência a qualidade e inovação.

O que a LEGO nos ensina é que inovação não exige uma reinvenção a cada temporada, mas sim uma intenção clara e bem direcionada. A loja do futuro será aquela que consegue equilibrar empatia, estratégia e criatividade, entregando mais do que produtos: entregando sentido.

No fim, a grande pergunta que todo varejista deveria se fazer é: qual é a intenção por trás da minha inovação? A resposta, como mostra a LEGO, pode ser o segredo para conquistar relevância e construir relações duradouras com os clientes.

Imagem: Envato


(*) Graciane Santos é arquiteta e supervisora de projetos na GDesign, especialista em rollout, gestão e tecnologia de sistemas construtivos. Atua na liderança de projetos estratégicos para grandes redes de varejo e é curadora da NRF 2026, integrando a delegação oficial da Central do Varejo. Garanta sua participação na NRF 2026, acesse aqui e saiba mais!

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