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Kodak corre o risco de fechar operações

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A Eastman Kodak anunciou esta semana estar vivendo uma crise financeira grave, que pode colocar em risco sua capacidade de continuar os negócios. A empresa de 133 anos divulgou à imprensa, em seu balanço do segundo trimestre de 2025, que enfrenta dificuldades para liquidar cerca de US$ 500 milhões em dívidas com vencimento próximo. Caso não consiga fazer novas negociações, a empresa afirma que pode não ter condições de continuar de portas abertas.

Segundo os dados divulgados, a Kodak teve prejuízo líquido de US$ 26 milhões no segundo trimestre deste ano, comparado ao lucro líquido de US$ 26 milhões no mesmo período de 2024. Além disso, a empresa afirma ter tido redução de 1% nas receitas, o equivalente a US$ 4 milhões.

“Como resultado, essas condições levantam dúvidas substanciais sobre a capacidade da Companhia de continuar operando em continuidade operacional na data de emissão das demonstrações financeiras do segundo trimestre da Companhia”, disse a Kodak no pronunciamento oficial

Apesar da situação delicada, a empresa busca alterar, prorrogar ou refinanciar a dívida. “Para o segundo semestre do ano, continuaremos focados na redução de custos hoje e na conversão de nossos investimentos em crescimento de longo prazo”, afirmou David Bullwinkle, CFO da Kodak.

História da Kodak

A Kodak foi fundada em 1888 por George Eastman, nos Estados Unidos, e revolucionou a fotografia ao criar a primeira câmera portátil com rolo de filme. O slogan lançado na época, “You press the button, we do the rest” (“Você aperta o botão, nós fazemos o resto”), expressava bem a inovação: pela primeira vez, pessoas comuns, e não apenas profissionais, poderiam registrar momentos do cotidiano. Essa democratização da fotografia marcou o início de uma nova era e consolidou a Kodak como pioneira no setor.

Durante o século XX, a empresa tornou-se sinônimo de fotografia. Seus filmes, câmeras e papéis fotográficos dominaram o mercado global. A marca ficou tão popular que a palavra “Kodak moment” entrou para o vocabulário popular nos Estados Unidos, usada para se referir a momentos especiais que mereciam ser fotografados. A Kodak chegou a deter mais de 80% do mercado mundial de filmes fotográficos, sendo considerada um verdadeiro império da imagem.

No entanto, com a chegada da fotografia digital a partir da década de 1990, a Kodak enfrentou grandes desafios. Curiosamente, a própria empresa foi pioneira no desenvolvimento da primeira câmera digital, ainda em 1975, mas decidiu não investir fortemente na tecnologia para não comprometer seu lucrativo negócio de filmes fotográficos. Essa decisão estratégica acabou custando caro: concorrentes como Canon, Sony e Nikon assumiram a dianteira no mercado digital, enquanto a Kodak perdia relevância.

Em 2012, a empresa pediu falência nos Estados Unidos, simbolizando o declínio de um gigante que não conseguiu acompanhar as transformações do mercado. Nos anos seguintes, passou por uma reestruturação e ampliou seu foco para soluções em impressão, tecnologia de imagem digital e parcerias no setor de cinema. Atualmente, embora não tenha o mesmo protagonismo de outrora, a Kodak ainda é uma marca reconhecida mundialmente e representa um dos maiores exemplos da importância de adaptação e inovação no mundo dos negócios.

Imagem: Hikmet /Unsplash

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