Operação
M. Officer entra em recuperação judicial
A empresa declara dívida de mais de R$ 50 milhões e declara ter concorrência ‘desequilibrada’ com marcas chinesas; a justiça de São Paulo já acatou o pedido
M. Officer entra em recuperação judicial. O grupo M5, dono da marca M.Officer, de jeanswear do designer Carlos Miele, entrou com o pedido no dia 5 de setembro, que foi aceito pela 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) no dia seguinte. Advogados da empresa apresentaram uma dívida de R$ 53,5 milhões.
Os principais motivos para a quebra apontados pela marca foram queda de 91% nas vendas durante a pandemia da Covid-19 Além disso, advogados afirmam que a “entrada dos gigantes players asiáticos no cenário nacional” gerou uma “competição desequilibrada” com mercado chinês, que não contrata funcionários brasileiros nem paga todos os impostos que o varejo nacional. Também, a empresa relata dificuldades para conseguir crédito com bancos, uma vez que os problemas financeiros já vinham se acumulando há um tempo, e as instituições financeiras se negavam a oferecer o financiamento. “As requerentes têm enfrentado sérias restrições na obtenção de capital de giro frente às instituições financeiras, o que acaba por prejudicar o regular prosseguimento de suas atividades e, também, de seus fornecedores e colaboradores”, consta na petição.
A marca foi criada em 1997 por Miele, como projeto de conclusão de curso do designer na Fundação Getúlio Vargas, e afirma ter 12 lojas físicas em três estados brasileiros e Distrito Federal, a produção da empresa é 100% nacional e de cerca de 200 mil peças por ano, gerando cerca de 130 empregos diretos. A empresa também trabalha com vendas em E-commerce, além das lojas físicas.
Com a recuperação judicial, a empresa tem cobranças, ações e execuções suspendidas por 180 dias, dando tempo para a empresa se restabelecer financeiramente e arcar com suas dívidas. A M.Officer afirma que as dívidas são passíveis de pagamento, e que a crise econômica é passageira. Ainda segundo a empresa, ela já estaria contando com uma equipe capacitada para se reorganizar financeiramente, mas, para haver uma recuperação completa, foi necessário recorrer à justiça.
Imagem: Envato