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Microsoft aposta no Brasil como polo de inovação em IA e anuncia investimento histórico

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Durante o painel “Microsoft’s bet on Brazil”, no Web Summit Rio 2025, a presidente da Microsoft Brasil, Priscyla Laham, anunciou que o país receberá o maior investimento da história da empresa em território nacional: R$ 14,7 bilhões em infraestrutura de nuvem e inteligência artificial. Em conversa com o jornalista Cristian Favaro, a executiva destacou o papel estratégico do Brasil na transformação digital da América Latina e detalhou os pilares da atuação da companhia no país.

“Estamos há quase 36 anos no Brasil, e essa é uma aposta de longo prazo”, afirmou Laham. Segundo ela, o país se destaca por sua capacidade de adoção rápida de novas tecnologias, o que reforça a convicção da Microsoft em investir fortemente na região. “Queremos que o Brasil se torne um hub de inovação tecnológica não só para a América Latina, mas para o mundo.”

Quatro pilares de transformação com IA

A visão da Microsoft para a transformação digital brasileira está estruturada em quatro pilares: aumento da produtividade dos colaboradores, transformação da experiência do cliente, otimização de processos internos e inovação em produtos e serviços. A executiva mencionou o uso de agentes autônomos e do Copilot — ferramenta baseada em IA integrada ao Microsoft 365 — como exemplos de como a tecnologia pode impulsionar a eficiência nas empresas.

Laham destacou, no entanto, que a adoção de inteligência artificial precisa estar alinhada às prioridades de negócio. “Não se trata de usar IA por modismo. É fundamental entender onde ela realmente agrega valor”, disse. Segundo ela, empresas que não embarcarem na transformação digital com IA correm o risco de ficar para trás. “Profissionais não serão substituídos pela IA, mas sim por outros profissionais que souberem usá-la.”

Desafios: governança de dados e capacitação

Apesar do otimismo, a presidente da Microsoft Brasil reconheceu que há desafios a serem superados. Um dos principais é a governança de dados. Empresas brasileiras ainda precisam amadurecer políticas internas de segurança e controle de acesso às informações. “Sem as regras de negócio adequadas, dados sensíveis podem ser expostos de forma indevida”, alertou.

Outro ponto crítico é a preparação da força de trabalho. Para Laham, a capacitação em IA deve envolver desde o desenvolvimento de habilidades técnicas até o acesso democrático à tecnologia. “Preparar o trabalhador significa dar acesso ao conhecimento e às ferramentas no dia a dia”, afirmou.

Meta de treinar 5 milhões de brasileiros

Para enfrentar esse desafio, a Microsoft lançou o programa Conecta+IA, com a meta de treinar 5 milhões de brasileiros em habilidades ligadas à inteligência artificial até 2026. Em menos de um ano, a iniciativa já capacitou 2,4 milhões de pessoas. “Se não prepararmos nossa força de trabalho, não conseguiremos aproveitar as oportunidades que a IA oferece”, ressaltou Laham.

A executiva também comentou o papel da inclusão social no desenho dos programas de capacitação. “Queremos contribuir para um crescimento econômico sustentável e inclusivo”, disse. A Microsoft mantém iniciativas voltadas para grupos minorizados, como o programa de mentoria Elas na IA, voltado exclusivamente para mulheres com interesse em atuar na área de tecnologia.

Segurança cibernética como prioridade

Outro tema de destaque no painel foi a segurança cibernética. Segundo Laham, esse é um dos pilares que garantem a adoção responsável da IA. A Microsoft já mobilizou o equivalente a 34 mil engenheiros em iniciativas de segurança nos últimos meses. “Se queremos que as empresas usem IA de forma confiável, precisamos garantir que seus dados estejam protegidos”, afirmou.

Concorrência e diferenciais da Microsoft

Diante da concorrência com gigantes como Amazon e Google, a presidente da Microsoft Brasil acredita que o diferencial da empresa está na oferta de uma plataforma completa e integrada. “O mais importante não é ter a melhor solução em um único ponto, mas sim a plataforma certa para repensar processos, serviços e produtos”, argumentou.

Com um portfólio que combina ferramentas de produtividade, infraestrutura de nuvem, governança de dados e parcerias estratégicas — como com a OpenAI —, a Microsoft se posiciona como uma empresa que une legado e inovação. “Temos mais de 1.800 modelos de linguagem disponíveis em nossa plataforma, o que mostra nossa força nesse novo cenário”, disse Laham.

Visão de futuro e legado

Encerrando o painel, Laham compartilhou sua visão de sucesso para os próximos cinco a dez anos. Embora a empresa tenha seus próprios indicadores e metas, o foco está em gerar impacto positivo na economia e na competitividade do país. “Se conseguirmos tornar o Brasil e os brasileiros mais competitivos globalmente, esse será o verdadeiro sucesso da Microsoft aqui”, concluiu.

A executiva ainda fez uma reflexão pessoal sobre como a IA já transforma rotinas — contou que usou o Copilot para preparar sua fala no evento, convertendo um roteiro em podcast com apenas alguns cliques. “Isso mostra como a tecnologia pode potencializar nossas habilidades.”

O painel reforçou o protagonismo da Microsoft na nova era da inteligência artificial no Brasil e lançou luz sobre os caminhos para que a transformação digital seja, de fato, inclusiva, segura e sustentável.

Imagem: Ygor Piva

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