Economia
Mulheres ganham 20,9% menos que homens, segundo Ministério do Trabalho e Emprego
Um relatório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgado nesta semana revelou que mulheres ainda recebem 20,9%, em média, a menos que homens no Brasil nos estabelecimentos com mais de 100 empregados. O relatório entrevistou mais de 19 milhões de vínculos.
Em números, enquanto os homens recebem em média R$ 4.745,53, as mulheres ganham R$ 3.755,01. A desigualdade, no entanto, se acentua ainda mais quando se trata de mulheres negras. Estas ganham 47,5% menos que os homens não negros, e seu salário médio é de R$ 2.864,39. As mulheres não negras recebem um salário médio de R$ 4.661,06, e homens não negros de R$ 6.033,15. “Isso é uma questão de raça e de gênero”, afirmou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves ao MTE.
A disparidade sexual no salário não tem apresentado um movimento decrescente, como mostram os dados anuais. Entre 2023 e 2024, a diferença de salários se manteve quase estável, saindo de 20,7% para 20,9% (com um leve aumento). Porém, em 2022 elas ganhavam 19,4% menos que eles.
Apesar de a remuneração das mulheres continuar abaixo da dos homens, elas têm ocupado mais o mercado de trabalho. Entre 2015 e 2024, o número de mulheres ocupadas saiu de 38,8 milhões para 44 milhões, um aumento de 6 milhões. O número de homens ocupados era de 53,5 milhões em 2015, e passou para 59 milhões em 2024, aumento de 5,5 milhões.
Mulheres em cargos altos
Quando falamos de cargos mais altos ocupados nas empresas, a desigualdade de gênero se acentua. Considerando cargos de alta gestão como de diretoras e gerentes, a desigualdade salarial média chega a 26,8%, alcançando 31,5% quando consideradas apenas mulheres com nível de educação superior em comparação a homens de mesma escolaridade.
“A desigualdade salarial […] persiste porque é necessário que haja mudanças estruturais em nossa sociedade, desde a responsabilidade das mulheres pelo trabalho do cuidado à mentalidade de cada empresa, que precisa entender que ela só irá ganhar tendo mais mulheres compondo sua força de trabalho, e com salários maiores”, afirma a ministra Cida Gonçalves.
O relatório divulgado pelo Ministério do Trabalho é o terceiro que visa mapear a igualdade de gênero no mercado de trabalho. Ele vai de encontro à Lei nº 14.611, de julho de 2023, que estabelece obrigatoriedade de igualdade de gênero nas empresas. A lei também obriga que empresas com mais de 100 funcionários adotem medidas para alcançar a equidade de gênero.
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