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No Web Summit Rio, IBM e Embraer apontam caminhos para adoção responsável da IA

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Web Summit Rio

No primeiro dia do Web Summit Rio, o painel “A guide to AI adoption” reuniu Justina Nixon-Saintil, Chief Impact Officer da IBM, e Giuliano Mendonça, head de inteligência artificial e ciência de dados da Embraer, em uma conversa mediada pelo jornalista Thássius Veloso. Os executivos debateram como empresas podem adotar a inteligência artificial (IA) de forma eficaz, alinhada a valores éticos e com foco em impacto social e geração de valor.

Justina, da IBM, destacou que a IA já é parte essencial das operações da empresa e de seus clientes. Ela apresentou a plataforma WatsonX e o modelo de linguagem IBM Granite como exemplos de como a companhia está integrando IA em sua estratégia de negócios. À frente de ações de impacto social, a executiva ressaltou a importância de democratizar o acesso ao conhecimento em IA. “É urgente capacitar profissionais agora, não no futuro. A IA é crucial para o crescimento econômico e a empregabilidade”, afirmou.

Pela Embraer, Giuliano Mendonça explicou que a IA é tratada como uma ferramenta estratégica dentro da inovação corporativa. Segundo ele, a adoção de IA na empresa é baseada em três pilares: eficiência operacional, excelência em produtos e desenvolvimento de novos negócios digitais. “Antes de aplicar a tecnologia, mapeamos as necessidades do cliente e os objetivos corporativos. A IA deve ser uma solução para problemas reais, e não um fim em si mesma”, destacou.

Ambos concordaram que a IA não deve ser encarada como uma tecnologia “mágica” ou personificada. Mendonça lembrou que a inteligência artificial existe há mais de 50 anos e que o momento atual resulta da combinação entre grande volume de dados e a queda nos custos de processamento. “A IA é uma ferramenta poderosa, mas precisa ser usada para gerar valor concreto ao cliente”, reforçou.

Justina também anunciou novas iniciativas de formação profissional. A IBM está expandindo sua plataforma de capacitação SkillsBuild no Brasil e no México, com parcerias com instituições como FIA e Instituto Caldeira. “Queremos preparar estudantes, profissionais e organizações para o futuro do trabalho com IA”, disse. Internamente, a IBM promove o “What’s Next Challenge”, um programa de treinamento em IA para seus colaboradores, que fomenta o desenvolvimento de soluções práticas que depois são incorporadas ao dia a dia da empresa.

Sobre a comunicação interna e o uso responsável da IA nas organizações, Giuliano destacou a importância de criar estruturas de governança robustas, comunidades de prática e programas de formação contínua. “Precisamos educar os times sobre boas práticas e criar barreiras técnicas para evitar usos inadequados”, explicou. Na Embraer, parcerias com universidades, como a Universidade Federal de Pernambuco, também ajudam a formar novos talentos especializados em ciência de dados e IA.

A ética no uso da inteligência artificial foi outro ponto central da discussão. Justina, que integra o conselho de ética em IA da IBM, enfatizou a necessidade de que as aplicações de IA sejam explicáveis, transparentes e justas. “As empresas devem garantir que seus produtos de IA não causem danos à sociedade e respeitem princípios éticos fundamentais”, afirmou.

No encerramento, Mendonça abordou a segurança cibernética, alertando que toda nova tecnologia traz novos riscos. Ele defendeu a integração da IA às políticas de segurança já existentes, mas também apontou que a IA pode ser uma aliada na identificação e prevenção de ameaças.

Justina encerrou o painel no Web Summit Rio reforçando a missão de impactar positivamente a sociedade por meio da educação e da capacitação em IA. A executiva lembrou o compromisso da IBM de formar 2 milhões de pessoas em inteligência artificial nos próximos anos. “Queremos garantir que ninguém fique para trás nesta revolução tecnológica”, concluiu.

Imagem: Ygor Piva

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