Operação

Pequenas e médias empresas iniciam 3º trimestre com sinais de recuperação

Publicado

on

lojas de pequeno formato; PMEs gaúchas; empresário do comércio; semana do consumidor; Sebrae; pequenas empresas

As pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras iniciaram o terceiro trimestre de 2025 com desempenho positivo. Segundo o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), a movimentação financeira média real do segmento avançou 1,7% em julho em relação ao mesmo mês de 2024. Em junho, havia sido registrada alta de 3,7%. Na comparação livre de efeitos sazonais, houve crescimento de 0,3% frente a junho.

O resultado reflete a desaceleração da inflação e a recuperação parcial da confiança do consumidor, apoiadas pelo mercado de trabalho aquecido e pelos rendimentos reais em patamares recordes. No acumulado do ano, porém, o índice ainda mostra retração de 0,6% em relação a 2024, devido ao desempenho fraco do início de 2025.

“O avanço observado em junho e julho mostra que as pequenas e médias empresas começam a ganhar fôlego novamente, especialmente nos setores de Indústria e Serviços. A redução da inflação e o mercado de trabalho aquecido têm sustentado a renda das famílias, o que se reflete no aumento do faturamento real. Ainda assim, o patamar elevado dos juros segue como freio importante para uma retomada mais intensa”, afirmou Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie.

Custos em queda e melhora da confiança

Nos últimos 12 meses, o IGP-M acumulou recuo de 2,96%, influenciado pela queda nos preços ao produtor e pela menor pressão sobre alimentos e transportes. Esse movimento contribuiu para elevar o poder de compra e melhorar expectativas. O Índice de Confiança do Consumidor da FGV registrou alta de 0,8 ponto em julho. A taxa de desemprego caiu para 5,8%, o menor nível desde 2012, enquanto os rendimentos reais ficaram 8,8% acima do período pré-pandemia.

Indústria cresce, mas comércio e infraestrutura apresentam retração

A indústria foi o destaque positivo de julho, com aumento de 8,3% no faturamento real em relação a julho de 2024. O crescimento foi puxado por 17 dos 23 subsetores monitorados, incluindo bebidas, máquinas e equipamentos e celulose/papel. O setor de Serviços também registrou expansão, de 2,4%, impulsionado por transportes, informação e comunicação e serviços de engenharia.

Já o comércio apresentou retração de 4,1%, com queda no atacado (-5,7%) e no varejo (-3,0%). Alguns segmentos, como medicamentos veterinários, supermercados e joalherias, registraram crescimento. O setor de infraestrutura recuou 7,0%, impactado pela desaceleração da construção civil.

Perspectivas

A melhora observada nos últimos dois meses representa alívio após um primeiro semestre desfavorável. No entanto, a taxa Selic, projetada em 15% ao ano até dezembro, continua limitando investimentos e consumo. “Nos próximos meses, devemos ver as pequenas e médias empresas consolidando um cenário de crescimento, mas em ritmo moderado. Os dados apontam para uma trajetória positiva, mas ainda distante do dinamismo que observamos em 2024”, disse Beraldi.

A projeção da Omie para 2025 é de expansão de 1,0% no IODE-PMEs, após crescimento de 5,2% registrado em 2024.

Imagem: Envato

Continue Reading
Comente aqui

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *