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Qual é o melhor momento para verticalizar a gestão do negócio?
Mudar de sede e investir em uma administração verticalizada não é apenas uma questão de espaço físico ou de comodidade. É uma decisão estratégica que envolve marca, cultura, performance e propósito. Ao longo do tempo, todo negócio em crescimento se depara com essa pergunta: quando é a hora certa de despender recursos e investir em uma nova sede?
A resposta exige equilíbrio entre razão e emoção. O desejo de ter uma estrutura moderna e inspiradora deve vir acompanhado de uma análise rigorosa de como o investimento contribuirá para o negócio — seja em termos de eficiência, imagem, engajamento da equipe ou retorno financeiro. Uma mudança desse porte precisa gerar impacto real, e não se transformar em um ativo que apenas deprecia com o tempo.
Muitas empresas de tecnologia e grandes grupos de varejo têm entendido isso bem. Seus investimentos em ambientes de trabalho inspiradores não se limitam ao design, mas refletem uma estratégia para atrair talentos, reforçar o senso de pertencimento e transmitir a força da marca. O espaço físico passa a ser uma extensão do propósito da empresa — um ativo simbólico que comunica o que ela é e o que aspira ser.
Quando uma companhia decide dar esse passo, é importante pensar em três dimensões complementares. A primeira é o impacto interno: o quanto a nova sede vai melhorar a experiência dos colaboradores, fortalecendo o orgulho de pertencer e estimulando a produtividade. A segunda é o impacto externo: como o novo endereço e sua estrutura vão posicionar a marca perante o mercado, parceiros e clientes. A terceira é a sustentabilidade financeira: a clareza de que o investimento tem potencial para gerar receita adicional ou ganhos de eficiência operacional.
No caso do Buddha Spa, essa reflexão veio naturalmente com o ritmo de crescimento da marca. Nos últimos anos, a rede tem registrado expansão acima de 40% ao ano, o que exigiu um novo patamar de estrutura. A decisão de mudar para uma sede dez vezes maior este ano — com mais de 3 mil metros quadrados e investimento de cerca de R$ 10 milhões em reforma, mobiliário e ambientação — nasceu da necessidade de acompanhar esse crescimento de forma integrada e sustentável.
Mais do que um novo endereço, a mudança representa a consolidação de um ecossistema de negócios. A nova sede reúne, em um único espaço, a franqueadora, o Buddha Spa College (braço de capacitação e formação de terapeutas), o Buddha Lab (núcleo de desenvolvimento de produtos) e a estrutura de investimentos da holding, que participa como sócia em algumas unidades franqueadas. Essa integração fortalece sinergias, melhora a comunicação entre áreas e acelera decisões estratégicas.
Além do ganho de eficiência, o projeto carrega uma dimensão de impacto econômico e social. A ampliação do Buddha Spa College permitirá aumentar a oferta de cursos e o número de alunos formados, contribuindo para a profissionalização do setor de bem-estar. O espaço também abrigará o Spa Escola, que oferecerá atendimentos feitos por trainees supervisionados a preços reduzidos — uma iniciativa que une aprendizado prático, ampliação da acessibilidade às experiências Buddha Spa e geração de receita adicional.
A nova sede também contará com uma loja de produtos e um laboratório de cosméticos, reforçando a frente de inovação da marca e ampliando as fontes de receita. Cada um desses movimentos foi pensado não apenas como uma melhoria de infraestrutura, mas como uma peça estratégica dentro de um plano de crescimento sustentável e de longo prazo.
Ao investir em uma nova sede, uma empresa precisa ir além da estética e do desejo de “ter algo maior”. É essencial que o espaço simbolize a evolução da marca e, ao mesmo tempo, seja capaz de sustentar essa evolução. Quando bem planejado, o novo endereço deixa de ser apenas um local de trabalho e se transforma em um símbolo de pertencimento, ambição e propósito compartilhado.
Imagem: Freepik
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*Gustavo Albanesi é cofundador e CEO do Buddha Spa, a maior rede de spas urbanos da América Latina.
