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Rob Grimes destaca inovações globais que estão moldando o futuro do foodservice no iFood Move 2025

Em sua primeira participação no iFood Move, evento realizado nos dias 5 e 6 de agosto em São Paulo, Rob Grimes, fundador e CEO da International Food and Beverage Technology Association (IFBTA), apresentou um panorama das principais inovações tecnológicas que estão transformando o setor de foodservice em escala global. Com décadas de experiência, o executivo compartilhou cases, reflexões e conselhos práticos voltados a operadores brasileiros.
Na palestra “Inovações que estão redesenhando o foodservice no mundo”, Grimes defendeu que a adoção de tecnologia deve ser pensada com inteligência e alinhada à realidade de cada operação. “A inovação precisa fazer sentido para o seu negócio. Não é porque algo existe que você deve adotá-lo”, afirmou.
Foco na resolução de problemas reais
Durante a apresentação, Grimes enfatizou que o ponto de partida para qualquer inovação deve ser a solução de um problema real. Em vez de buscar as tecnologias mais avançadas ou “de ponta”, o executivo recomendou que operadores priorizem soluções testadas e que tragam impacto direto no desempenho do negócio.
“Antes de testar qualquer inovação, envolva as pessoas que realmente vão usá-la. Um piloto só tem chance de virar padrão se os usuários estiverem no centro do processo”, destacou. Ele defendeu que testes devem começar em ambiente controlado (como um laboratório ou unidade-piloto) e só depois escalar para outras lojas ou operações.
Inteligência Artificial como aliada, não substituta
Ao ser questionado sobre o papel da inteligência artificial no foodservice, Grimes afirmou que a IA será cada vez mais integrada às operações, mas não substituirá o elemento humano no curto e médio prazo.
“Empatia, leitura do ambiente e hospitalidade ainda são insubstituíveis. A IA pode sugerir ações, mas não entende a cultura única de cada negócio”, afirmou. Segundo ele, a IA funcionará como ferramenta de apoio à decisão, mas os operadores continuarão sendo os responsáveis por garantir a autenticidade da experiência.
Ele também comentou o crescimento do uso de ferramentas como o ChatGPT na rotina profissional do setor. “Hoje, começo minhas dúvidas operacionais perguntando ao ChatGPT antes de consultar a documentação dos softwares. Ele me dá caminhos que eu nem imaginava e economiza horas de trabalho”, disse.
Grimes acredita que, em breve, associações do setor alimentarão essas ferramentas com terminologias e casos específicos da indústria, facilitando ainda mais o acesso ao conhecimento técnico e operacional.
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A importância da capacitação tecnológica
Grimes apontou que, diante da evolução das tecnologias no setor, líderes e equipes precisarão adquirir novas habilidades. O conhecimento básico sobre sistemas, critérios técnicos e terminologia digital será fundamental para tomar boas decisões.
“A IFBTA vai lançar, em setembro, um guia com critérios críticos para avaliar os principais sistemas do setor. Operadores precisam saber o que estão comprando e como isso afeta seus resultados”, anunciou.
Ele também destacou que é essencial perguntar: “Como essa tecnologia melhora o meu negócio?”, uma forma de filtrar inovações que realmente geram valor das que são apenas modismos.
Inovação em diferentes realidades
Durante o bate-papo mediado por Simone Galante, CEO da Galunion, Grimes foi questionado sobre como operadores brasileiros de foodservice podem priorizar tendências em um cenário com limitações de infraestrutura, acesso e investimento.
Ele respondeu que a atração e retenção de talentos deve ser uma prioridade, e que há tecnologias simples (como sistemas de escalas automatizadas) que já fazem grande diferença. Segundo ele, um dos principais motivos para desligamentos é a insatisfação com horários e organização da jornada de trabalho.
Além disso, Grimes incentivou que o setor observe soluções aplicadas em outras indústrias, como logística e hospitalidade, para adaptar boas práticas de forma criativa e eficiente.
Cultura como diferencial competitivo
Grimes encerrou sua participação reforçando que, embora a tecnologia evolua rapidamente, o que diferencia uma marca da outra é sua cultura. “Não é uma máquina que vai dizer por que o cliente escolhe o seu restaurante e não o do concorrente. É a experiência, a conexão e a forma como você faz a pessoa se sentir.”
Imagem: Ygor Piva