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Skins de jogos: como elas têm influenciado a moda no mundo real?

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Parceria de skins Fortnite e Jordan

Você já ouviu falar em skins, mas talvez ainda se pergunte: o que são exatamente? Em um primeiro momento, pode parecer apenas um recurso estético usado em jogos eletrônicos, mas a verdade é que o conceito de skin ultrapassou o universo gamer e passou a influenciar diretamente a economia digital e até mesmo o varejo de moda na vida real.

Skins o que é?

Skins são itens de moda presentes em jogos eletrônicos que alteram a aparência visual de personagens, armas, veículos ou acessórios. Elas não modificam a jogabilidade, mas têm grande valor simbólico e, em muitos casos, financeiro.

O termo “skin” vem do inglês e significa “pele”, o que explica sua função: trocar a “roupagem” de um item do jogo. Apesar de parecerem simples adornos digitais, as skins evoluíram para se tornarem símbolos de status, identidade e até investimentos digitais.

O valor econômico das skins

Nos últimos anos, o mercado de skins dentro dos jogos cresceu tanto que passou a movimentar bilhões de dólares ao redor do mundo. Jogos como CS:GO, Dota 2, Fortnite e Valorant têm mercados internos e externos nos quais jogadores compram, vendem e trocam skins como se fossem ativos financeiros.

Uma skin rara pode custar centenas ou até milhares de dólares, especialmente se estiver em bom estado ou for limitada. Isso gerou uma nova economia digital baseada em itens virtuais, que já atraiu desde investidores informais até plataformas especializadas em leilões e revenda.

Skins como ativos digitais

Assim como as criptomoedas e os NFTs, as skins representam um novo tipo de ativo virtual, que pode ser armazenado, comercializado e valorizado com o tempo. Esse fenômeno mostra como os bens digitais estão cada vez mais presentes na vida das pessoas e têm valor real fora das telas.

Jogadores e colecionadores enxergam as skins como investimentos. Sites especializados em análise de mercado, raridade e histórico de preços mostram que as skins são muito mais do que “decoração” — elas fazem parte de uma economia robusta e emergente.

A influência das skins na moda real

O fenômeno das skins foi além dos jogos e começou a influenciar a forma como as pessoas se vestem na vida real. Marcas de moda estão cada vez mais atentas ao universo gamer, entendendo que os consumidores mais jovens veem seus avatares digitais como extensões de si mesmos.

Diversas marcas globais já lançaram coleções inspiradas em jogos e skins. Um exemplo disso foi a parceria entre Balenciaga e Fortnite. A grife de luxo criou roupas tanto para o jogo quanto para serem usadas no mundo real. A parceria fez enorme sucesso e colocou o conceito de moda digital em evidência.

Outro exemplo disso são os itens de moda esportiva da Nike e Jordan lançados em Fortnite e NBA 2K. Essas peças viraram skins em jogos, e vice-versa, criando uma ponte direta entre os universos virtual e físico.

Além disso, a Gucci Garden criou uma experiência virtual no Roblox e lançou acessórios digitais colecionáveis. Alguns deles foram revendidos por preços maiores que os produtos físicos da marca.

Em 2019, a Louis Vuitton lançou uma coleção no universo online de League of Legends, com peças a partir de US$ 170 até US$ 5.600. Posteriormente, a grife transformou a iniciativa em uma coleção física.

Por fim, marcas do varejo tradicional de moda já fizeram parcerias com e-games em licenciamentos, como a Renner, Riachuelo e Puma.

Moda digital

Com o avanço do metaverso e da realidade aumentada, a moda digital vem ganhando força. Empresas especializadas em criar roupas que só existem no mundo virtual já estão faturando alto. Marcas como The Fabricant vendem vestidos digitais únicos, que os compradores podem usar em fotos, vídeos ou avatares.

A ideia de “vestir-se para a internet” ganha cada vez mais sentido, especialmente entre influenciadores e consumidores da Geração Z, que valorizam o estilo digital tanto quanto o físico. Em outras palavras, skins deixaram de ser apenas um recurso de jogo para se tornarem um novo formato de expressão de identidade e consumo de moda.

Skins e o novo comportamento de consumo

A maneira como os jovens interagem com bens virtuais mudou drasticamente. Para muitos, a roupa do avatar tem mais importância que a roupa do armário real. Isso afeta diretamente o varejo e o comportamento do consumidor.

Enquanto o varejo tradicional precisa lidar com estoques, logística e produção física, o mercado de skins e moda digital funciona em outra lógica: velocidade, exclusividade e distribuição global instantânea.

Além disso, o modelo de monetização baseado em skins é um dos mais lucrativos da indústria dos games. Jogos gratuitos como Fortnite e League of Legends são sustentados basicamente por vendas de cosméticos — ou seja, as skins são o principal motor financeiro desses ecossistemas.

O futuro: moda, metaverso e skins

Com a chegada do metaverso e a expansão de mundos virtuais persistentes, o papel das skins tende a crescer ainda mais. Roupas e acessórios digitais serão peças-chave nesse novo ambiente online, onde a presença visual do avatar será tão importante quanto o estilo na vida real.

Empresas de moda, tecnologia e entretenimento já estão se preparando para esse futuro, investindo em coleções exclusivas para mundos virtuais, catálogos de moda digital e experiências de realidade aumentada. As skins podem ser o começo dessa grande revolução na moda.

Imagem: Reprodução/Epic Games

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