Inovação
Startup apresenta modelo de jornada de crédito alinhado à nova regulação do BaaS

A Giro.Tech, startup focada em infraestrutura para crédito, desenvolveu um protótipo de jornada de crédito voltado para empresas interessadas em oferecer empréstimos pessoais com capital próprio, seguindo as diretrizes previstas na Consulta Pública nº 108/2024 do Banco Central do Brasil (BCB). A proposta busca atender aos requisitos regulatórios que devem reger o modelo de Banking as a Service (BaaS) no país a partir da publicação de uma nova resolução conjunta com o Conselho Monetário Nacional (CMN).
O modelo criado pela empresa detalha, de forma visual e interativa, todas as etapas da concessão de crédito, desde o onboarding até a formalização contratual por meio da Cédula de Crédito Bancário (CCB). O objetivo é fornecer uma referência prática para que outras empresas possam estruturar suas operações de crédito conforme os critérios de segurança, eficiência e transparência exigidos pela nova regulação.
O protótipo foi construído em ambiente colaborativo no Figma e segue uma lógica de código aberto. Isso permite que designers e desenvolvedores possam personalizar a solução de acordo com as necessidades específicas de cada organização. Entre os pontos abordados no modelo estão: consentimento expresso do tomador, transparência nas condições contratuais, uso de dados estruturados e integração com plataformas reguladas de pagamento e Open Finance.
“Muitas empresas que estão entrando nesse mercado têm dificuldade para desenvolver um produto que siga as regras do regulador e que tenha uma ótima experiência para o usuário. O cliente não aceita uma experiência ruim, e se isso acontecer, pouco importa a qualidade do produto: uma jornada mal construída pode acabar com todo o projeto”, afirmou Ronaldo Oliveira, CEO da Giro.Tech.
De acordo com Oliveira, o modelo demonstra que é possível desenvolver uma jornada digital leve, funcional e regulada. A proposta da empresa acompanha o avanço do processo de bancarização empresarial, em que companhias dos mais diversos setores (como varejo, indústria, marketplaces e fintechs) passam a incorporar a oferta de crédito ao seu ecossistema, utilizando estruturas como Sociedades de Crédito Direto (SCD), securitizadoras ou Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs).
Com a ampliação das possibilidades regulatórias, soluções como a da Giro.Tech podem apoiar a consolidação do modelo de BaaS no Brasil, oferecendo diretrizes práticas para que empresas passem a atuar como originadoras de crédito com maior segurança jurídica.
Segundo pesquisa da Morgan Stanley, o modelo Buy Now Pay Later (BNPL), modalidade semelhante ao crediário tradicional, deve crescer no Brasil de US$ 10 bilhões em 2024 para US$ 31 bilhões em 2028. Essa projeção reforça o papel de soluções estruturadas para empresas que desejam participar desse mercado de forma ativa e regulada.
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