Design
Tendências Impulsionando a Inovação no Design de Lojas em 2024
Após anos de lockdowns e transformações digitais, a experiência na loja tornou-se vital para a interação do consumidor com as marcas, sendo considerada crucial por 47% dos executivos, de acordo com pesquisa da Retail Touchpoints. No entanto, a evolução dessas experiências traz consigo desafios e nuances que demandam uma abordagem criativa e ponderada por parte das equipes de design de lojas.
A Retail Touchpoints reuniu especialistas em design de lojas, experiência do cliente e tecnologia, como Nikki Baird, Jamie Cornelius, Mardi Najafi e Melissa Gonzalez, para compartilhar insights sobre as tendências que impulsionarão a inovação no varejo físico.
Espaços Impulsionados por Engajamento e Inspiração Ganham Destaque
A busca por uma experiência “superior” nas lojas físicas tem evoluído para incluir espaços impulsionados pelo engajamento e pela inspiração. Enquanto conceitos focados na comunidade, como o H&M Move, fortalecem o senso de pertencimento, há uma crescente ênfase na criação de lojas inspiradoras, exemplificada pela Tiffany Landmark em Nova York. A capacidade de inspirar os clientes torna-se uma estratégia valiosa, conectando as marcas às aspirações dos consumidores.
A orientação pela comunidade desempenha um papel significativo, possibilitando que as marcas estejam no centro da construção dessas comunidades e promovam a aderência à marca. O apoio a causas e a integração das promessas da marca na vida cotidiana dos consumidores tornam-se elementos essenciais para construir conexões emocionais duradouras.
Tecnologia Elevará o Desempenho Omnicanal e Propostas de Valor Principais
A integração da tecnologia na experiência da loja emerge como uma prioridade, com 63% dos entrevistados indicando isso na pesquisa anual de Store Design & Experience da Retail Touchpoints. A tecnologia não só suportará as operações omnicanal, como também proporcionará interações imersivas com produtos e fortalecerá o envolvimento da marca.
Os esforços de renovação de lojas estão sendo impulsionados pelo novo papel desses espaços, que agora precisam ser suporte para serviços omnicanal, como BOPIS e o delivery a partir da loja. A tecnologia se torna central na experiência da loja, especialmente para varejistas de produtos de alto valor, onde os vendedores da loja precisam de informações detalhadas para apoiar a jornada do cliente. A evolução tecnológica, incluindo realidade aumentada, contribui para uma experiência mais imersiva e personalizada.
KPIs de Lojas Evoluirão para Refletir o Papel Único das Lojas
A pesquisa de operações de loja indica que os varejistas ainda usam uma variedade de KPIs tradicionais para medir o desempenho, mas a necessidade de métricas mais específicas surge. A proposta é mudar o foco dos KPIs centrados na loja como uma entidade autônoma para métricas que reflitam o papel das lojas na experiência omnicanal do cliente. A sugestão inclui a métrica “venda por minuto de engajamento”, que avalia o impacto do envolvimento do cliente em diferentes canais e pontos de contato.
A análise se expande para questionar se as lojas estão atraindo novos públicos, ampliando o valor vitalício dos clientes existentes e fortalecendo as conexões emocionais com a marca.
Formatos Menores Inspiram Grandes Inovações
A adoção de formatos menores ganha destaque, com marcas e varejistas explorando lojas específicas, pop-ups e abordagens mais focadas na localização. A tendência busca maximizar o alcance, experimentar novos conceitos e reduzir custos operacionais. Já havíamos visto isso com os diferentes formatos de lojas da Nordstrom (i.e. Local) e IKEA em Manhattan, por exemplo.
Estratégias como lojas dentro de lojas e pop-ups temporários permitem segmentar públicos específicos, testar conceitos de marca e aprender antes de comprometer-se com uma localização permanente.
A abordagem holística do varejo físico como ponto de contato na jornada do consumidor destaca a importância de aparecer de forma intencional em momentos significativos do ano, criando oportunidades para investimentos estratégicos.
Prevenção de Perdas Entra na Conversa de Design
O aumento do furto nos EUA, especialmente o crime organizado no varejo, torna-se uma preocupação central para os varejistas. O impacto do furto na experiência do consumidor leva à implementação de novas tecnologias e procedimentos, integrando a prevenção de perdas à conversa de design, assunto este que no Brasil conhecemos bem mas somente hoje vem à tona nos Estados Unidos.
As estratégias americanas para combater o furto organizado incluem a proteção de itens do dia a dia atrás de vitrines fechadas e a busca por tecnologias inovadoras, como aquelas usadas nos formatos de lojas sem caixas, como a Amazon Go.
Designers de Lojas se Tornam ‘Designers de Experiência’
A abertura de uma nova loja demanda uma abordagem interdisciplinar, envolvendo colaboração estreita entre equipes de arquitetura, design, marketing, TI e estratégia de negócios. Essa mudança para uma perspectiva mais ampla é refletida na terminologia, com algumas empresas adotando o termo “design de experiência”. A orquestração de disciplinas típica do arquiteto de varejo é essencial para criar mudanças impactantes, e é crucial estabelecer metas claras e métricas para cada departamento, alinhando objetivos individuais com o sucesso colaborativo do projeto.
A tríade composta por equipes de design de lojas, desenvolvimento de negócios e marketing, e TI possibilita a combinação de arte, ciência e negócios. Essa abordagem integral fornece uma visão mais abrangente e escalável, impulsionando a inovação ao unir criatividade, dados e estratégia de negócios.
Em resumo, as tendências que impulsionarão a inovação no design de lojas em 2024 refletem a busca contínua por experiências envolventes, a integração estratégica da tecnologia, uma abordagem mais holística para a equipe de design de lojas e métricas específicas para avaliar o verdadeiro impacto das lojas na experiência omnicanal do cliente. Formatos menores e a prevenção de perdas também emergem como áreas críticas para inspirar inovações significativas no varejo físico, em especial o americano.
Como especialistas em arquitetura de varejo, nós da Kube Arquitetura compreendemos as nuances do setor, pois participamos anualmente da NRF, a maior convenção mundial de varejo, que acontecerá agora em janeiro em Nova Iorque. Conhecemos detalhadamente as estratégias das principais marcas, que nos permite adaptar essas abordagens à cultura, ao orçamento, aos objetivos e às estratégias específicos do seu negócio varejista no Brasil. Descubra mais sobre nosso trabalho no Instagram @kubearquitetura e LinkedIn. Estamos prontos para transformar sua estratégia em uma realidade positiva e duradoura para a sua marca.
Via: Retail Touchpoints
Juliana Neves é CEO da Kube Arquitetura, especializada em arquitetura estratégica para varejo, que desenvolve projetos para marcas como Hugo Boss, YSL, Natura, AquaRio, Alphabeto, DuLoren, Outer. Shoes, FOM, Compactor, dentre outras (https://bit.ly/KubeArq). Seu trabalho se estende internacionalmente, com vários projetos fora do Brasil e prêmios como o italiano A’ Design Award e o Prix Versailles da Unesco. É professora e coordenadora de cursos de Retail Design no IED Brasil, autora do livro “Arquitetura Sensorial” e palestrante.