Operação
The Body Shop deve fechar 75 lojas no Reino Unido
Em reestruturação, empresa demitirá 489 funcionários na região
A The Body Shop irá fechar 75 lojas em todo o Reino Unido nas próximas seis semanas, resultando na perda de 489 empregos, segundo os administradores responsáveis pela reestruturação.
Os fechamentos estão espalhados pelo país, de Swansea a Glasgow, o que significa que quase 800 pessoas perderão seus empregos no total quando os 300 cortes de empregos no escritório central forem levados em consideração.
No entanto, 116 lojas da The Body Shop permanecerão abertas com as mudanças, que afetam apenas as operações da empresa no Reino Unido, afirmou a empresa de administração FRP.
A The Body Shop na Dinamarca declarou falência, enquanto sua divisão na Bélgica, com 16 lojas e 50 funcionários, também foi declarada falida. O negócio irlandês deve entrar em liquidação na próxima semana. Antes dos fechamentos, a marca possuía cerca de 1.000 lojas próprias em todo o mundo e mais 1.600 filiais franqueadas.
Na semana passada, os administradores da FRP apresentaram planos para manter mais da metade das lojas da The Body Shop no Reino Unido, anunciando o fechamento de sete lojas. Na quinta-feira, informaram aos funcionários que outras 75 lojas fechariam nas próximas quatro a seis semanas.
A varejista, que emprega mais de 2.200 pessoas no Reino Unido, convocou os administradores em meados de fevereiro, apenas alguns meses após ser adquirida pela empresa de reestruturação Aurelius em novembro.
Tony Wright, o administrador conjunto, disse: “Ao tomar medidas rápidas para ajustar o tamanho da carteira de lojas da The Body Shop no Reino Unido, estabilizamos o negócio e estamos oferecendo a melhor oportunidade para que esta marca icônica tenha um futuro sustentável e de longo prazo.”
A Aurelius é o principal credor, com dívidas garantidas que garantirão seu pagamento pelos administradores antes da maioria dos outros credores. Uma opção é que ela retome a cadeia após os fechamentos de lojas e cortes de empregos.
Alternativamente, os administradores podem iniciar um processo formal de venda das lojas restantes. A varejista de moda britânica Next, que adquiriu várias marcas, de Cath Kidston a Fatface, é considerada uma das interessadas.
A The Body Shop teve três proprietários desde que foi vendida por sua fundadora, Anita Roddick, pouco antes de sua morte em 2007.
Roddick, que fundou o negócio em Brighton em 1976, lutou contra os testes em animais de cosméticos e promoveu produtos naturais obtidos de forma ética para apoiar pequenos produtores ao redor do mundo.
Ela chocou os admiradores da marca ao vendê-la para a L’Oréal em 2006, a multinacional de cosméticos que possui Maybelline e Garnier, por £652 milhões. A marca foi então vendida para o grupo de cosméticos naturais Natura, que já possuía a marca de beleza australiana Aesop, por €1 bilhão em 2017. Depois que a Natura acumulou dívidas ao comprar a empresa de cosméticos de venda direta Avon, ela vendeu a Aesop para a L’Oréal e depois The Body Shop para a Aurelius no final do ano passado.
A popularidade da The Body Shop diminuiu nos últimos anos com a intensificação da concorrência de rivais no mercado de beleza natural, incluindo Lush e Rituals, e o boom nas vendas pela internet afetou o varejo físico.
As divisões irlandesa, japonesa e algumas das divisões continentais europeias da empresa foram vendidas a um grupo chamado Alma24 no final de janeiro, cujo principal diretor tem fortes vínculos com a Aurelius. A divisão alemã da The Body Shop, que possui cerca de 60 lojas, foi colocada em insolvência duas semanas atrás.
As operações irlandesas, onde 50 pessoas trabalham em sete lojas, devem entrar em liquidação na próxima semana, e os funcionários se recusaram a trabalhar na quinta-feira depois de serem informados de que não seriam pagos pelas últimas três semanas de trabalho, relatou o Irish Examiner.
A divisão dinamarquesa da The Body Shop foi declarada falida na quarta-feira, com 15 lojas fechando e 90 empregos perdidos. Anders Hoffmann Køningsfeldt, advogado do escritório de advocacia Bech-Bruun, foi nomeado administrador. Existem algumas lojas da The Body Shop de propriedade de franqueados que não são afetadas pela falência.
Tine Mohr Jensen, gerente sênior de varejo da The Body Shop na Dinamarca, escreveu em um post no LinkedIn: “É difícil dizer adeus a algo que foi uma parte tão grande da minha vida por mais de 12 anos. A The Body Shop sempre será querida. Espero do fundo do meu coração que a The Body Shop permaneça forte novamente em todo o mundo.”
Escrito por Julia Kollewe para The Guardian
Imagem: Reprodução/The Body Shop
