Economia
Venda de drinks no frio cresce até 19%
Com a chegada do inverno, o consumo de drinks no frio muda de perfil em bares e restaurantes de diferentes regiões do país. O que antes era dominado por chopes gelados e drinks cítricos mais leves passa a dar lugar a coquetéis com destilados mais intensos e sabores que remetem a aquecimento — como whisky, vodka de canela e especiarias.
A mudança no comportamento do consumidor pode ser verificada nas estatísticas. Segundo o Janela Bar, maior rede de coquetelaria do Brasil, as vendas de coquetéis cresceram até 19% com o inverno, impulsionadas principalmente por uma migração do chope para drinks mais encorpados. Essa substituição representa, sozinha, um aumento de 12% no volume de consumo de drinks no frio .
“É uma mudança clara. O frio convida à permanência, ao conforto, e isso se traduz na escolha do que se bebe”, afirma Gustavo de Paiva, CMO da rede, que movimenta cerca de 40 mil drinks por mês.
A demanda por sabores que trazem uma sensação de “aquecimento” impulsiona criações que combinam ingredientes intensos com bases tropicais. Paiva cita como exemplos drinks à base de vodka de canela, gengibre e frutas cítricas, como o maracujá ou a tangerina. “Mesmo quando há mudança no destilado, mantemos essa pegada frutada que funciona bem o ano inteiro”, explica.
Em algumas regiões, há espaço até para a tradição: o quentão, por exemplo, se torna mais popular também em bares nessa época. “A gente percebe que há espaço para combinações afetivas também. A bebida quente carrega memória e afeto e está no nosso cardápio durante todo o mês de junho”, diz Paiva.
Por outro lado, a marca observa que, mesmo no inverno, há uma forte preferência por drinks tropicais com pequenas adaptações no destilado, o que mostra uma identidade de consumo que não se perde com a queda das temperaturas.
A base comportamental da nova geração ainda se reflete nas escolhas etílicas durante essa mudança sazonal, um padrão maior de comportamento urbano, especialmente em cidades com vida noturna ativa. “É quando as pessoas ficam mais tempo nos bares, sentam para conversar, consomem mais lentamente — e isso valoriza drinks mais elaborados, com uma construção de sabor mais rica”, diz o executivo.
Imagem: Divulgação/Janela Bar