Vendedores de marketplace: destaque no varejo dos EUA em 2023

Marketplaces online têm sido o centro das atenções nos últimos anos. Porém, enquanto continuaram a ser destaque em 2023, os próprios marketplaces já não eram mais a grande novidade, perdendo este posto para os vendedores de marketplace.

Essa mudança no dinamismo de poder é impulsionada por uma grande alteração: a Amazon não é mais o único player no mercado. Os últimos anos viram uma verdadeira explosão de marketplaces online, e alguns desses novos plataformas se tornaram suficientemente sofisticados para desafiar a dominação da Amazon. 

As marcas, mesmo aquelas construídas na Amazon, agora têm escolhas; e operadores de marketplaces mais recentes como Walmart e Target, assim como originais do setor como o eBay, estão fazendo um esforço determinado para serem a plataforma de escolha para vendedores de terceiros.

Vendedores tomam à frente

Nas conferências deste ano focadas nos vendedores, executivos da Amazon, Walmart e eBay pareciam estar todos lendo do mesmo manual, e a linha principal era: “Nós só temos sucesso se vocês tiverem sucesso”. A competição para atrair vendedores atingiu um ponto crucial, e isso não poderia ter vindo em melhor hora para esses comerciantes, que por anos lutaram com o aumento do custo de fazer negócios nos principais marketplaces dos EUA.

“Durante muito tempo, Amazon, eBay e Walmart foram os marketplaces mais procurados, mas agora está ficando muito caro vender em algumas dessas plataformas, então não é mais tão óbvio para os vendedores”, disse Fareeha Ali, Diretora de Estratégia e Inteligência de Mercado da solução de SaaS de marketplace Mirakl, em uma entrevista com o Retail Touchpoints. 

“Há custos de atendimento e custos com publicidade. Sem mencionar que essas plataformas específicas são mais competitivas [na hora de capturar a atenção do consumidor]. Os vendedores estão buscando outros lugares para obter lucratividade.”

Em seu relatório anual de vendedores, a Mirakl descobriu que 56% dos vendedores pesquisados já vendem em mais de dois marketplaces ou plataformas de dropshipping, e 62% planejam expandir para marketplaces adicionais nos próximos 12 meses. Além disso, marcas que antes evitavam marketplaces estão agora se aventurando, com o número de empresas vendendo em marketplaces em 2022 aumentando 31% em relação ao ano anterior.

“O que realmente chamou a atenção no relatório deste ano é que há mais marcas vendendo em mais marketplaces”, disse Ali. “Houve um período em que você via todos esses relatórios de [marcas como] Birkenstock e Nike retirando seus produtos da Amazon. Agora estamos começando a ver essa mudança de volta.

“Com mais marcas de renome adotando essa abordagem, os marketplaces precisam se vender um pouco mais, porque há um novo tipo de vendedor por aí que eles realmente desejam”, acrescentou Ali. “Eles querem garantir que não tenham apenas o negócio de atacado, mas também o negócio de vendedores.”

Algumas das marcas que recentemente começaram a vender na Amazon incluem Gap, Victoria’s Secret e Allbirds. E entre a rede global de 65.000 vendedores da Mirakl, 53% são marcas, 15% são varejistas e apenas 32% são vendedores nativos de marketplaces.

Há uma razão pela qual marcas e varejistas estão migrando para marketplaces. Não apenas o estigma em torno dos marketplaces diminuiu, mas os negócios de marketplace e dropshipping estão crescendo 6 vezes mais rápido do que a taxa de crescimento geral do e-commerce, de acordo com dados da Mirakl.

“Vender online é difícil, seja você um varejista, um vendedor ou uma marca”, disse Ali. “É difícil encontrar uma audiência e o e-commerce é caro. Os marketplaces deram às empresas a oportunidade de ter um negócio online mais lucrativo e alcançar uma audiência maior.”

Como o vendedor escolhe seu marketplace?

Os marketplaces permitem que os varejistas expandam rapidamente e com lucratividade sua linha de produtos, e como resultado, mais e mais varejistas estão adicionando marketplaces ao seu ecossistema. Os vendedores agora estão mimados pela escolha. “É tão bom para mim que finalmente chegamos a um ponto em que os vendedores têm mais controle”, disse Ali. “Eles têm a opção de escolher, e eu acho isso incrível.”

Então, como eles estão escolhendo? Entre os principais diferenciais para os vendedores, segundo a pesquisa da Mirakl, estão o tráfego do site do marketplace, as categorias de produtos, as taxas de comissão e a facilidade de uso.

Por esses fatores estarem presentes, mais vendedores estão escolhendo marketplaces segmentados que se concentram em uma categoria específica ou consumidor, como Maisonette ou Consumerhaus, seja além ou em vez dos marketplaces generalistas, como Amazon e Walmart, que acolhem quase qualquer marca. Dos vendedores pesquisados pela Mirakl, 43% preferem marketplaces segmentados, enquanto 67% ainda preferem os generalistas.

“Hoje, a conversão online é muito difícil”, explicou Ali. “Se você tem um público mais direcionado, onde a gama de produtos do vendedor e a gama de produtos do marketplace são muito similares, eles estão basicamente se ajudando mutuamente. Esses marketplaces menores oferecem aos vendedores a oportunidade de não se perderem na multidão de outros 7 milhões de produtos. Sim, você quer ter um alcance mais amplo, mas também quer garantir que dentro desse marketplace haja um público ao qual você possa direcionar para ter uma boa taxa de conversão.”

“De nossas próprias discussões com nossos clientes sobre como eles recrutam vendedores, sabemos que também há um benefício de que esses operadores de marketplace mais segmentados frequentemente prestam mais atenção aos seus vendedores”, acrescentou Ali. “Eles veem isso como uma parceria, então muitas vezes fazem coisas como compartilhar dados para que os vendedores possam otimizar sua gama de produtos.”

Outra coisa que os vendedores estão cada vez mais buscando é uma boa experiência do cliente para si mesmos, segundo Ali. “Coisas como o suporte que você oferece aos seus vendedores e os aspectos técnicos da integração à sua plataforma são super importantes”, disse ela. “Trate seus vendedores da mesma forma que trata seus consumidores, porque eles são parceiros.”

Fonte: Retail Touchpoints

Imagem: Envato