Operação
Victoria’s Secret: “estamos em modo de crescimento”

A Victoria’s Secret & Co. divulgou na quinta-feira (28) um lucro operacional no segundo trimestre acima do esperado (mesmo com uma queda de 34% em relação ao ano anterior) apesar do impacto negativo de uma violação de segurança ocorrida no início do ano, que havia sido projetada para reduzir significativamente esse indicador.
A margem bruta cresceu 20 pontos-base, chegando a 35,6%, segundo informou o diretor financeiro Scott Sekella a analistas. O lucro líquido caiu 44%, totalizando US$ 18 milhões.
As vendas líquidas no período aumentaram cerca de 3%, atingindo US$ 1,5 bilhão (também acima das expectativas da empresa), mesmo com um impacto de US$ 20 milhões causado pela falha técnica, segundo Sekella. Excluindo esse problema, as vendas nas mesmas lojas (comps) cresceram 4%. O desempenho nas lojas físicas também apresentou alta de 4%, revertendo a queda de 5% registrada no mesmo período do ano anterior, com crescimento tanto para a marca principal quanto para a linha Pink.
Com esse resultado, a CEO Hillary Super respondeu a críticas feitas por um investidor quanto à sua liderança (e até à sua forma de se expressar) no início do verão norte-americano, apresentando o primeiro sinal concreto de uma virada no desempenho da gigante de lingerie em anos.
Super assumiu o cargo há quase um ano, após atuar como CEO da Savage x Fenty, e este foi o primeiro trimestre completo sob a nova equipe de liderança que ela montou. Em abril, a executiva trouxe Adam Selman (ex-diretor de design da Savage X Fenty) para o cargo de diretor criativo executivo.
“Estamos vendo um verdadeiro momento de retomada nos nossos negócios”, afirmou Super aos analistas. Mais adiante, reforçou: “Estamos definitivamente em modo de crescimento.”
Tanto a Victoria’s Secret quanto a Pink estão lançando novas coleções com mais frequência, com a Pink apostando em lançamentos semanais e colaborações, explicou a CEO. De maneira mais ampla, segundo ela, a marca principal foi revitalizada.
“Estávamos um pouco sérios demais — e essa marca deve ser alegre, divertida e jovem”, afirmou. “Então, vocês começarão a ver mais disso… especialmente à medida que nos aproximamos de 2026.”
Os executivos também destacaram que a empresa dependeu menos da tradicional promoção semestral neste ano, em parte porque a violação de segurança prejudicou significativamente o evento. Com menos descontos e mais vendas a preço cheio no segundo trimestre, houve um aumento no valor médio por unidade vendida, segundo Sekella.
As tarifas de importação também afetaram os lucros da companhia e, diferentemente do incidente técnico, esse impacto deve continuar. A Victoria’s Secret & Co. projeta um impacto de US$ 100 milhões em tarifas neste ano, após conseguir mitigar US$ 70 milhões desse total, segundo o CFO. Ainda assim, a empresa manteve sua projeção de lucro operacional ajustado para o ano, mesmo diante de uma pressão tarifária líquida adicional estimada em US$ 50 milhões.
Para reduzir os efeitos das tarifas, a empresa tem trabalhado junto aos fornecedores, diversificando ainda mais suas fontes de produção, buscando o mix mais eficiente entre transporte aéreo e marítimo, ajustando preços de forma mais estratégica e promovendo ações promocionais pontuais “onde identificamos uma lacuna na proposta de valor no mercado”, explicou Sekella.
A Victoria’s Secret também anunciou que realizará novamente seu desfile de moda neste ano, marcado para 15 de outubro. Segundo Hillary Super, o evento “vai se basear no sucesso do ano passado e servirá como um momento-chave da marca, que honra nossa herança e reforça nossa posição como uma marca que molda (e não apenas segue) o futuro da moda.”
Imagem: Retail Dive
Informações: Daphne Howland para Retail Dive
Tradução livre: Central do Varejo