Economia
Justiça dá à Americanas mais 6 meses de proteção contra cobranças
Empresa vem enfrentando credores no poder judiciário desde que a dívida de R$40 bilhões foi comunicada em janeiro deste ano
A 4ª Vara Empresarial do Estado do Rio de Janeiro deferiu o pedido da Americanas de prorrogação do prazo de proteção contra cobranças de credores por mais de 180 dias, a informação foi dada pela empresa. O novo prazo passa a contar após o fim do stay period, que conta desde o pedido de recuperação judicial.
Em janeiro, a Americanas revelou o desfalque financeiro de cerca de R$20 bilhões, com data-base de 30 de setembro de 2022. Sérgio Rial, diretor-presidente da empresa até então, anunciou sua saída com a notícia do escândalo financeiro, que se tornou a maior fraude da história corporativa do Brasil.
Os acionistas chegaram a denunciar a empresa à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para uma auditoria PwC, que analisou os balanços financeiros da empresa. Internamente, a Americanas instaurou um comitê para apurar o desfalque, anunciando uma dívida de R$40 bilhões.
A Americanas conseguiu, por vias judiciais, proteção contra o bloqueio de ativos e cobranças de credores, que recorreram para saldar a dívida da empresa. Enquanto isso, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, afirmaram não ter conhecimento da situação da empresa.
A Justiça de São Paulo acatou, em 26 de janeiro, o pedido do Bradesco para a execução de um mandado de busca e apreensão na Americanas, com o objetivo de obter provas de possíveis fraudes na empresa. Cinco dias depois, no dia 31 do mesmo mês, a Americanas iniciou uma onda de demissões em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, após pedir proteção contra cortes de telefone e luz.
Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil