Operação
Americanas já fechou quase cem lojas desde início de ação judicial, e continua encerrando pontos
Mais de mil funcionários foram desligados entre agosto e setembro, sendo mais de 600 pedidos de demissã
De acordo com relatório de acompanhamento mensal da Americanas encaminhado à Comissão de Valores Imobiliários neste domingo, 1, a companhia continua passando por momentos de muita dificuldade. Entre agosto e setembro de 2023, foram 1131 funcionários desligados, sendo que 639 deles pediram demissão.
Os fechamentos continuam em massa, nesse mesmo período, a varejista fechou 21 lojas. Entre 19 de janeiro, quando a empresa começou o processo de recuperação judicial, e 17 de setembro, foram 95 lojas fechadas. Em janeiro, eram 1880 lojas no país; atualmente, são 1785. A Americanas tem, ainda, 16 ações de despejo em andamento, por falta de pagamento de aluguéis. Recentemente, a empresa já foi despejada de um shopping em São Paulo, e de outro em Vitória.
A vida financeira da marca também não anda bem. No final de agosto deste ano, a Americanas tinha em caixa R$ 1.5 bilhão, enquanto em setembro de 2022 o valor era de R$ 3.7 bilhões, mais que o dobro. As dívidas também aumentaram. Desde que começou a recuperação judicial, em janeiro, até agosto, a empresa aumentou em 5,6% suas dívidas. A empresa declarou uma dívida de R$ 42,5 bilhões no início da ação judicial.
Por outro lado, a Comissão Parlamentar de Inquérito, CPI da Americanas, que investigava as “inconsistências contábeis”, que depois foram assumidas como fraudes pela Americanas, foi encerrada sem apontar culpados. A CPI se limitou a fazer sugestões de alterações legislativas para impedir que coisas semelhantes aconteçam no futuro.
Em relação à demissão de funcionários, a varejista afirmou à Folha de São Paulo que não havia nenhuma inconformidade com o esperado para este momento do varejo, e que tinha o mesmo quadro de funcionários no mesmo período do ano passado. Ainda, a empresa abriu, em setembro, vagas temporárias para emprego de pessoas para a Black Friday.