Economia
Com dívidas de R$500 milhões, Ri Happy busca reestruturar seu caixa
Varejista do setor de brinquedos contratou consultoria especializada em renegociação de dívidas para ajudar no processo junto aos bancos
A Ri Happy, varejista de brinquedos, está em processo de renegociação de dívidas de aproximadamente R$500 milhões com cerca de dez bancos. O objetivo é adequar a estrutura de capital da empresa ao fluxo de caixa, conforme apurado pelo Valor. Essa é a segunda vez que o Carlyle, gestora de investimentos, passa por uma situação semelhante no país. A SPX Capital, parceira da Carlyle desde 2021, é responsável pela gestão dos ativos do fundo no Brasil, como Tok&Stok e Ri Happy. A varejista de móveis também está em processo de renegociação de linhas de crédito há vários meses, com uma dívida de R$600 milhões na Tok&Stok.
De acordo com informações obtidas pelo Valor, a Starboard, especializada em reestruturação de dívidas, está envolvida no processo de renegociação da Ri Happy. O plano em discussão contempla um período de carência médio de três anos para o pagamento das dívidas, além do alongamento desses compromissos com a obtenção de novas linhas de crédito, porém com custos semelhantes aos atuais.
Segundo uma fonte familiarizada com o assunto, não se trata de um cenário complexo em comparação com outros casos observados no mercado, e há disposição para um acordo nos próximos meses. Além disso, os controladores da Ri Happy deram sinalização de uma possível injeção de capital durante esse realinhamento das dívidas.
A Ri Happy tem enfrentado dificuldades significativas devido às crises de consumo no país, com uma forte queda na demanda em 2015 e 2021, além do aumento dos custos financeiros causados pelos altos juros durante a pandemia. No entanto, o recente impulso nos negócios, com investimentos na abertura de lojas e outras iniciativas para expandir antes de uma possível oferta pública inicial de ações (IPO), discutida anos atrás, também contribuiu para o aumento do endividamento.
Em 2018, a varejista chegou a considerar um IPO, mas o fechamento do mercado naquela época resultou no adiamento do plano. Há dois meses, fontes do mercado já mencionavam as dificuldades enfrentadas pela empresa e as medidas que estavam sendo avaliadas para superar a crise financeira, incluindo a possibilidade de uma reestruturação extrajudicial. No entanto, em abril, uma fonte próxima à empresa descartou essa possibilidade, considerando as opções que estavam sendo analisadas.
Até o momento, a SPX não se manifestou quando procurada para comentar o assunto.
Imagem: Freepik