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Varejo de vizinhança: conheça a tendência que veio para ficar
Mudanças nos hábitos de consumo causadas pela pandemia originaram novas modalidades e canais de venda
As mudanças nos hábitos de consumo dos brasileiros têm impulsionado o comércio local e trazido novas perspectivas para o setor supermercadista. Durante o terceiro dia do Apas Show 2023, a 37ª edição do Congresso de Gestão, foram discutidas essas transformações e delineadas as principais tendências do varejo, como o varejo de vizinhança.
Lee Peterson, vice-presidente de marca, estratégia e design da WD Partners, destacou que a pandemia causou mudanças significativas na sociedade, como a adesão ao trabalho em casa e o contínuo crescimento do comércio eletrônico. Essa segmentação intensa do varejo deu origem a novos formatos e canais de vendas.
Segundo Peterson, os consumidores desejam trabalhar em casa e, quando saem para fazer suas compras, procuram uma loja próxima, confortável e com tudo o que precisam. Esse comportamento oferece oportunidades para o desenvolvimento do varejo de vizinhança, com lojas menores, agradáveis, com uma boa variedade de produtos, fácil acesso e localizadas a 15 minutos do cliente. Peterson reflete que as lojas menores são parte do futuro e é necessário abraçar essas ideias para acompanhar as tendências.
Dácio Andrade Moraes, palestrante do tema “Traduzindo a Estratégia na Operação da Loja de Vizinhança”, enfatizou que lojas de conveniência, postos de gasolina, açougues, farmácias, lojas de autopeças e materiais de construção são exemplos de varejo encontrados no segmento de mercado local. Segundo Moraes, os clientes buscam padronização, preços justos, atendimento a qualquer hora e produtos frescos na proximidade. Ele destaca a importância de estabelecer parcerias nesse contexto.
Kate Ancketill, especialista britânica em consumo e mercado, abordou o tema “A grande disrupção” e discutiu as transformações no mundo atual e as oportunidades emergentes para o setor supermercadista. Kate ressaltou que muitas dessas questões estão relacionadas à sustentabilidade e aos direitos humanos.
Ela mencionou o exemplo de empresas varejistas que adotaram criatividade para se tornarem mais sustentáveis, como um supermercado em Boston, onde os consumidores escolhem os produtos por meio de um aplicativo e os retiram na loja a preços mais baixos. Com esse novo modelo, o estabelecimento obteve uma economia de 25% em energia. Kate alerta que é um mundo novo e complexo, onde é necessário inovar e construir resiliência.
Imagem: Freepik