87% das pessoas LGBTQIAP+ têm obstáculos no mercado de trabalho

A comunidade LGBTQIAP+ já ganhou muitos direitos e avançou em várias outras pautas sociais que lhe dizem respeito, mas ainda esbarra em muitos obstáculos quando o assunto é mercado de trabalho. Uma pesquisa realizada pela Infojobs apontou que 87% das pessoas LGBTQIAP+ acreditam que o preconceito, muitas vezes não explícito, ainda prejudica no meio de trabalho e os impede de ascender na carreira. Para mudar essa situação enfrentada pela comunidade, 93% dos entrevistados acredita que as políticas inclusivas são um meio de mudar essa realidade.

Entre as pessoas que não fazem parte da comunidade, 73% acredita que exista esse impedimento do preconceito no mercado de trabalho e 77% veem a inclusão e a diversidade como um estímulo para o avanço da sociedade e do mercado de trabalho. 

Para Hosana Azevedo, Head de RH do Infojobs, há uma necessidade de implantação dessas políticas voltadas para a diversidade e inclusão no dia a dia das empresas, coisa que fica apenas no branding. Elaborar reuniões sobre respeito e inclusão, manter sempre atualizadas as políticas de recrutamento, garantindo a sua transparência e equidade, além de criações de programas de contratação e desenvolvimentos de colaboradores LGBTQIAP+. Colocar em prática tais ações e transformar o ambiente de trabalho em lugares de respeito e inclusão. “É bem preocupante ver que, na visão de 59% dos profissionais, a diversidade e inclusão nas empresas fica apenas no discurso de marketing. Enquanto 38% acredita que é uma junção do marketing com conscientização genuína”, explica ela.

Podemos ver essa realidade nos resultados da pesquisa, já que 68% dos entrevistados responderam que trabalham ou já trabalharam em empresas com esse tipo de programas de diversidade e inclusão. E 51% afirmam não ter trabalhado com pessoas LGBTQIAP+ em cargos de liderança. 

55% dos que participaram apontaram a necessidade do reconhecimento de que suas identidade de gênero e sexualidade não determinam sua capacidade profissional, enquanto 23% apontam que é necessário ações efetivas para combater as violências internas causadas por discriminação e preconceito. 

Na pesquisa, 53% desses profissionais já sofreram algum tipo de preconceito no seu ambiente de trabalho, seja de gênero ou sexualidade. Desses, 40% dizem que essa violência veio de colegas de trabalho e 38% de pessoas com cargo de liderança na empresa. Um dado preocupante é que 37% dessas pessoas que sofreram alguma questão de discriminação não reportaram por ter receio que isso poderia acarretar. “Isso requer não apenas políticas inclusivas, mas também ações concretas para combater preconceitos internos e sociais”, termina dizendo Hosana. 

Os maiores problemas citados na pesquisa que os profissionais LGBTQIAP+ enfrentam no mercado de trabalho são: o preconceito cultural que enfrentam dentro das empresas (31%) e a dificuldade em obter reconhecimento e crescimento profissional (26%).

Por fim, os dados da pesquisa apontam que 61% dos que responderam não tiveram seu gênero ou sexualidade perguntados em processos seletivos de vagas de emprego e 55% já pensaram em esconder para terem mais chances de serem contratados. Já 56% responderam que já perderam oportunidades de trabalho devido essas características enquanto 67% declararem não ter sofrido preconceito durante processos seletivos.

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