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Franquias: chegou a hora da renúncia?

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Existe um momento mágico ao empreender por franquias, que é o período que envolve os planos, as expectativas, a pesquisa por qual segmento e franquia seguir e o início das operações. Claro, que usualmente os protagonistas dessa história, o franqueado e o franqueador procuram que esse momento mágico seja estendido ao máximo possível, afinal, é um negócio feito para um longo prazo, pois envolve nisso projeto de vida e não um mero investimento.

É verdadeiro que nisso, existem relações que perduram décadas, mas ainda assim, chega o momento de uma sucessão, que pode ser uma sucessão familiar ou não havendo na família interesse da continuidade, ou ainda que exista o interesse, não há aprovação do franqueador, chega o momento de renunciar a perpetuidade dessa relação.

Também pode ocorrer de forma repentina, nos primeiros anos ou meses. Aliás, já vi um caso, que após exatos quinze dias da inauguração da loja, o franqueado resolveu renunciar à continuidade da franquia e colocou a loja à venda. Simplesmente disse que não era como ele imaginava em relação a necessidade de dedicação do negócio.

Outra situação que também já vivenciei foi o caso de três irmãos que eram sócios em três unidades franqueadas da mesma rede, eram absolutamente dedicados ao negócio, tinham lojas lucrativas e eram exemplo para outros franqueados que em um belo dia se comunicaram com o franqueador simplesmente para dizer que não queriam mais continuar com o negócio. Foram chamados para uma reunião para que houvesse uma tentativa de compreender o que tinha acontecido, o que estava errado, qual a possibilidade de reversão da decisão deles, mas acima de tudo… por quê?!?! Eis que simplesmente disseram o seguinte: “nós trabalhamos bastante nos últimos anos e obtivemos resultados até superiores ao que planejamos, mas agora é a hora de realizarmos um sonho nosso, que é viajar o mundo” e após venderem suas lojas, partiram mundo a fora.

Pode acontecer também do franqueador demandar a descontinuidade do franqueado após períodos de avaliação da gestão e acompanhamento do franqueado sem sucesso, que ao final das contas, reflete na imagem da marca e atendimento ao consumidor final. Claro que o ideal é que exista um processo para isso, especialmente para que a relação seja transparente e passível de correção dos apontamentos realizados.

O que recomendo é que a busca final, naturalmente junto com resultados, seja de felicidade. Se após todas as avaliações e ponderações possíveis, houver mais dissabores do que alegrias e uma vida feliz, pode ser o momento do franqueado renunciar ou do franqueador renunciar deste franqueado.

 

Imagem: Envato


(*) Arlan Roque – Diretor de expansão na Cacau Show e atua há no sistema de franquias há 20 anos. É autor dos livros “Empreendedores de Coração – histórias de superação e perseverança de franqueados de sucesso” e “Franquias: tudo o que você precisa saber”. Atualmente é membro da Comissão de Expansão da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e professor convidado da FIA para o MBA Gestão de Franquias.

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