Economistas projetam altas na inflação pela 5ª semana seguida

Economistas do mercado financeiro aumentaram pela quinta vez consecutiva a projeção para a inflação deste ano, elevando a estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,55% para 4,59%. Esse valor mantém a previsão acima do teto da meta de inflação de 4,5% estabelecido para 2024, segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (4) pelo Banco Central (BC). A pesquisa foi realizada com mais de 100 instituições financeiras ao longo da última semana.

A meta central de inflação para o ano é de 3%, considerada formalmente cumprida caso o índice fique entre 1,5% e 4,5%. Caso o limite superior seja ultrapassado, o Banco Central terá que enviar uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando as razões para o não cumprimento da meta. Esse cenário ocorre em um contexto de aumento nos preços, impulsionado por condições climáticas adversas, como a seca, que afetaram a energia elétrica e os alimentos.

Para os anos seguintes, o boletim Focus também mostra pequenas elevações nas estimativas de inflação: para 2025, a projeção subiu de 4% para 4,03%, enquanto, para 2026, a expectativa aumentou de 3,60% para 3,61%. Assim como para 2024, a meta de inflação a partir de 2025 é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%.

O Banco Central busca manter a inflação dentro do teto estabelecido, ajustando a taxa de juros. Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano, após um aumento de 0,25% em setembro. A projeção do mercado indica que a taxa básica da economia brasileira subirá até o final de 2024, com a expectativa de fechamento do ano em 11,75%. Para 2025, a previsão da taxa básica de juros foi ajustada de 11,25% para 11,50% ao ano, sugerindo que o mercado prevê cortes na Selic no próximo ano, mas de forma mais contida.

Além das expectativas de inflação e juros, os economistas consultados para o boletim Focus também ajustaram as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Para 2024, o crescimento estimado subiu de 3,08% para 3,10%. Em 2025, a expectativa de expansão do PIB permanece em 1,93%.

Imagem: Envato