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Gestão financeira integrada: a chave para equilíbrio e crescimento no varejo
Reduzir despesas, organizar as contas a pagar e ajustar os custos são as primeiras coisas que normalmente vêm à mente quando se fala em gestão financeira. Mas será que é só isso? Definitivamente, não. Embora esses aspectos sejam importantes, a gestão financeira vai muito além.
De forma ampla, a gestão financeira consiste no planejamento estratégico e na administração das finanças de uma empresa ou indivíduo, com o objetivo de alinhar recursos às metas estabelecidas.
Para empresas, especialmente no varejo, isso significa não apenas reduzir riscos e preservar a saúde financeira, mas também maximizar o valor para os sócios e buscar resultados sustentáveis no longo prazo.
Assim, a boa gestão financeira não se limita a cortar gastos. Seu propósito maior é melhorar os resultados – e, para isso, é fundamental equilibrar o controle de despesas e o aumento de receitas.
Estratégia de equilíbrio: vender mais e gastar melhor
Quando pensamos em melhorar resultados, o impulso inicial pode ser focar apenas em vender mais. Só que uma estratégia realmente eficaz combina a redução inteligente de custos com o crescimento das receitas. Esse equilíbrio exige uma visão integrada, que conecta o rigor do controle financeiro ao dinamismo da área comercial.
Por exemplo: é importante não apenas vender mais, mas vender de forma inteligente. Um caso ilustrativo é o de um varejista que atingiu recordes de faturamento, mas enfrentou problemas de fluxo de caixa devido ao alto volume de vendas parceladas. Isso revela a importância de alinhar o comercial e o financeiro, evitando desequilíbrios como excesso de parcelamentos que possam comprometer as finanças da empresa.
Estoque: o elo entre comercial e financeiro
O estoque é outro aspecto crítico na gestão financeira integrada. Enquanto a área comercial busca um estoque robusto para garantir opções variadas de vendas, o setor financeiro prefere mantê-lo enxuto, minimizando custos. O caminho ideal está no meio-termo: um estoque alinhado às demandas reais do mercado.
Um bom exemplo de sinergia é incluir a equipe de vendas nas decisões de compra. Os vendedores, por estarem diretamente conectados aos clientes, trazem insights valiosos para garantir um mix de produtos que atenda a expectativa do consumidor.
Formação de preços: margens e descontos estratégicos
Outro ponto essencial na gestão integrada é a definição de preços. A margem aplicada em cada produto ou serviço deve ser pensada estrategicamente, considerando fatores como itens de alta conveniência (que podem ter margens maiores) ou descontos que não prejudiquem a lucratividade. Essa decisão precisa ser fruto de um diálogo entre as equipes comercial e financeira.
Tecnologia: a grande aliada
Para que a gestão financeira integrada funcione de maneira eficiente, é indispensável contar com dados precisos. Informações como histórico de vendas, fluxo de parcelamentos, margem por produto e outros indicadores são fundamentais.
Se a sua empresa ainda não utiliza tecnologia para automatizar e integrar esses processos, é hora de avançar. A digitalização é uma ferramenta indispensável para alcançar eficiência no varejo moderno.
Imagem: Envato
* Maurício Galhardo é engenheiro mecânico e sócio da F360 Educa, plataforma de cursos voltados para varejistas. Apaixonado por finanças, é autor de três livros de negócios e gestão financeira, tem ampla experiência em treinamentos e palestras e já treinou mais de 50 mil pessoas no varejo.