Panorama econômico global para 2025 e além: Confira os insights do CEO do Goldman Sachs na NRF 2025

O terceiro dia da NRF 2025 começou com o painel “Global Economic Outlook 2025 and Beyond” em que David Solomon, presidente e CEO do Goldman Sachs, compartilhou sua visão sobre o panorama econômico global, os mercados de capitais, a paisagem geopolítica e o impacto da inteligência artificial generativa. Moderado por Matthew Shay, presidente e CEO da National Retail Federation (NRF), a conversa destacou perspectivas otimistas e desafios que moldarão o futuro próximo.

Solomon abriu a discussão reafirmando seu otimismo quanto à economia dos EUA. “Temos a sorte de viver no país mais próspero do mundo, com uma cultura de inovação única e oportunidades de investimento incomparáveis”, disse. Apesar das adversidades como a inflação persistente e um mercado de trabalho frágil, Solomon acredita que o crescimento tecnológico e a inovação continuarão a impulsionar a produtividade. Segundo pesquisa do Goldman Sachs, a adoção de inteligência artificial (IA) pode aumentar a produtividade nos EUA em 1,5% ao ano na próxima década.

Imagem: Shoiti Sato

Sobre a inflação, ele observou que, embora os preços de bens duráveis tenham desacelerado, serviços e alimentos ainda pesam no bolso do consumidor. Solomon alertou que o impacto da inflação sobre as famílias de baixa renda é severo: “A fragilidade é real. Muitas famílias estão sem reservas para lidar com choques.” Ele também enfatizou a importância de uma reforma na política migratória para sustentar o crescimento do mercado de trabalho.

Impactos macroeconômicos e o papel da política fiscal

Solomon destacou que a resiliência econômica recente foi amplamente impulsionada por estímulos fiscais prolongados. Contudo, ele advertiu que os Estados Unidos enfrentam desafios significativos com o aumento da dívida e do déficit como porcentagem do PIB. “Precisamos controlar os gastos públicos para manter a confiança no mercado de dívida de longo prazo,” afirmou.

Sobre a política monetária, Solomon destacou que o Federal Reserve é guiado por dados e que previsões sobre cortes ou aumentos de juros em 2025 ainda são incertas. Ele comentou que “não há bola de cristal; o Fed vai tomar decisões encontro a encontro, com base nos dados econômicos.”

Uma das observações feitas por Solomon incluiu uma análise sobre as mudanças nas cadeias de suprimento durante o governo Trump. Ele destacou que as tarifas impostas na época criaram incentivos adicionais para relocalizar a produção em território americano, mas ressaltou que tais mudanças já estavam em andamento devido a preocupações com segurança e eficiência. “Mesmo com tarifas, as empresas já estavam buscando maior segurança em suas cadeias de suprimento. Essa tendência foi acelerada, mas não é algo que pode ser feito da noite para o dia.”

E continuou: “Há uma maior reflexão sobre como e onde produzir itens essenciais para evitar interrupções futuras.”.

Fora dos EUA, Solomon apontou para um cenário de crescimento desigual. Economias desenvolvidas como Europa e Reino Unido enfrentam dificuldades, enquanto a China passa por desafios significativos de desaceleração. Apesar disso, ele rejeitou a ideia de “desglobalização”: “Vivemos em uma economia global, e é impossível reverter completamente as interdependências estabelecidas ao longo de décadas.”

IA: Transformando negócios e economias

Imagem: Shoiti Sato

Um dos tópicos centrais foi o impacto transformador da IA. Solomon explicou que avanços como os modelos de linguagem ampliaram significativamente a aplicação da IA, tornando-a acessível e revolucionária para empresas. Ele previu que os custos de computação e desenvolvimento de chips cairão substancialmente nos próximos cinco anos, acelerando ainda mais a adoção de soluções baseadas em IA.

“Estamos apenas no início de uma transformação que irá redefinir processos de negócios, melhorar eficiência e impulsionar o crescimento econômico. O impacto no longo prazo será subestimado,” afirmou.

Para encerrar, Solomon compartilhou sua abordagem para liderar o Goldman Sachs, uma organização com 155 anos e 46 mil funcionários. “Liderança é sobre alinhamento, cultura e valores. Nosso foco é serviço ao cliente, parceria, integridade e excelência — princípios que sustentam nossa missão.”

*A missão NRF 2025 é uma realização da Central do Varejo, com co-realização da TOTVS. A TOTVS é a líder em tecnologia no Brasil e uma parceira estratégica na transformação do varejo. Como co-realizadora da missão NRF 2025, a TOTVS conecta empresas a um futuro mais produtivo, inovador e sustentável, oferecendo soluções completas de software e gestão que transformam desafios em grandes oportunidades.

*Em colaboração com Fabrizzio Topper e Edmour Saiani

Imagens: Shoiti Sato