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Tarifas, IA e tendências criam novos caminhos para resale

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O mercado de resale continua em expansão — e os obstáculos enfrentados por outros varejistas em meio ao caos econômico atual podem, na verdade, funcionar como catalisadores para o crescimento contínuo do setor.

Vendas e previsões de crescimento da resale

Em 2024, o mercado de segunda mão nos EUA teve seu maior crescimento anual desde 2021, superando o mercado varejista de roupas em 5 vezes e crescendo 14%, de acordo com o 13º Relatório Anual de Resale da plataforma ThredUp. Conduzido pela empresa de análise de varejo GlobalData, o relatório prevê que o mercado global de roupas de segunda mão atingirá US$ 367 bilhões até 2029. Nos EUA, esse mercado deve chegar a US$ 74 bilhões, crescendo em média 9% ao ano nos próximos quatro anos.

A resale online está crescendo ainda mais rápido, com 23% de aumento em 2024, e deve quase dobrar nos próximos cinco anos, atingindo US$ 40 bilhões até 2029. Esse crescimento é impulsionado pela adoção crescente por parte dos consumidores: 58% disseram ter comprado roupas de segunda mão em 2024, um recorde para a pesquisa. Esse número sobe para 68% entre os jovens de 18 a 44 anos.

“À medida que os consumidores pensam cada vez mais na resale como primeira opção, o varejo adota novos caminhos poderosos,” disse James Reinhart, CEO da ThredUp. “Com integração ao social commerce, aplicações inovadoras de IA, e articulação com órgãos governamentais, o setor de revenda está com um futuro promissor.”

“De forma geral, o varejo está enfrentando dificuldades no momento, e a resale se destaca por oferecer valor,” completou Alon Rotem, Chief Strategy Officer da ThredUp.

As vantagens econômicas do resale: valor e cadeia de suprimentos doméstica

Com o impacto das tarifas impostas pelo governo Trump, 62% dos consumidores dizem estar preocupados com o aumento de preços das roupas. E 59% afirmam que, se isso ocorrer, optarão por alternativas mais acessíveis, como o resale — número que chega a 69% entre os millennials. Os consumidores planejam gastar 34% do seu orçamento com roupas em peças de segunda mão nos próximos 12 meses.

80% dos executivos de varejo também esperam que novas políticas tarifárias prejudiquem suas cadeias globais de suprimentos. Como resposta, 44% querem reduzir a dependência de produtos importados, e 54% consideram o resale uma fonte mais estável e previsível de abastecimento.

“Com a revenda, a cadeia de suprimentos é doméstica — vem dos armários dos americanos — então há mais previsibilidade sobre impostos e tarifas,” disse Rotem.

Resale online ainda em “fase adolescente”

Apesar do entusiasmo dos consumidores, 86% dos executivos de varejo afirmam que ainda não sabem como integrar o resale em suas marcas. No entanto, as vantagens são claras: 47% dos consumidores estariam mais propensos a comprar de uma marca se ela oferecesse crédito por peças usadas. Além disso, 40% disseram que preferem comprar itens usados antes de investir em novos produtos da mesma marca.

As marcas mais vendidas na ThredUp em 2024 incluíram Vuori, Lululemon, Quince, Reformation, Sézane, Patagonia, Free People, Pact, Johnny Was e Alo Yoga. Marcas em ascensão incluem The Limited, Sanctuary, Louis Vuitton, Spanx e Champion.

O lado social do resale

Entre os consumidores mais jovens, 48% disseram que procuram opções de segunda mão antes de comprar algo novo. 39% fizeram compras de roupas usadas em plataformas de social commerce no último ano — sendo 62% no TikTok, seguidos por Facebook Marketplace, Instagram, YouTube e Pinterest.

Metade dos jovens consumidores que compraram roupas de segunda mão o fizeram com o propósito de criar conteúdo ou compartilhar nas redes sociais — um reflexo de como a percepção sobre produtos usados mudou. Antes estigmatizada, o resale agora é vista como sinal de inteligência, valor, sustentabilidade e autenticidade.

“Hoje, quando alguém diz que compra revenda, está dizendo que é esperto, que se preocupa com o meio ambiente e quer se expressar de forma única,” explicou Rotem.

Como a IA está reduzindo a diferença entre comprar usado e novo

Com mais de 5 milhões de itens listados, a ThredUp reconhece que o excesso de opções pode ser avassalador. A empresa investiu em IA para melhorar a experiência de busca, personalização e descoberta, incluindo busca por imagem e chat inteligente.

“Comprar usado é mais desafiador que comprar novo, porque cada item é único,” disse Rotem. “A IA está fazendo uma enorme diferença para ajudar os consumidores a encontrar exatamente o que procuram e reduzir o que chamamos de ‘sobrecarga do brechó’.”

Imagem: Divulgação
Informações: Nicole Silberstein para Retail Touchpoints
Tradução livre: Central do Varejo

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