Índice Cielo aponta queda nas vendas do comércio em março

As vendas no varejo brasileiro caíram 4% em março de 2025 na comparação com o mesmo mês do ano anterior, já descontada a inflação. Os dados são do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) e indicam o quarto mês consecutivo de retração no setor.

O desempenho negativo foi influenciado principalmente pelo macrossetor de Bens Não Duráveis, que registrou queda de 5,2%. Dentro desse grupo, o segmento de Varejo Alimentício Especializado – que inclui chocolaterias e bombonieres – teve peso significativo no resultado. A mudança no calendário da Páscoa, que em 2025 será celebrada em abril, enquanto em 2024 ocorreu em março, afetou diretamente as vendas do setor.

Os demais macrossetores também apresentaram retração no mês: Bens Duráveis e Semiduráveis caíram 3,1%, com destaque para a queda nas vendas de Óticas e Joalherias; e o setor de Serviços recuou 1,8%, sendo Estética e Cabeleireiros os mais impactados.

De acordo com Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo, os resultados de março foram influenciados por fatores sazonais. “Além da Páscoa, o Carnaval – que neste ano ocorreu em março, enquanto em 2024 foi em fevereiro – também contribuiu para a retração, ao reduzir o movimento no comércio durante o feriado prolongado”, afirmou.

Na comparação nominal, que desconsidera o efeito da inflação, as vendas no varejo apresentaram crescimento de 2,4% em relação a março de 2024. As vendas realizadas no comércio eletrônico subiram 3,5%, enquanto as transações presenciais aumentaram 2,1%.

A inflação também teve impacto sobre o desempenho do varejo. O IPCA-15, prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,64% em março, com os grupos de alimentação e transportes entre os que mais influenciaram o índice. Considerando os indicadores IPCA e IPCA-15 ponderados pelo ICVA, a inflação acumulada no varejo ampliado em 12 meses foi de 6,6%.

Imagem: Envato