Comportamento
Mercado de luxo cresce no Brasil e atrai novas unidades de marcas internacionais

O Brasil tem registrado crescimento contínuo no mercado de luxo, com expansão média de 11,7% em 2024 e expectativa de 15% para este ano, segundo estudo da MCF Consultoria em parceria com a Associação Brasileira das Marcas e Empresas de Luxo (Abrael). O cenário tem estimulado a abertura de novas unidades de marcas internacionais no país.
Entre as grifes que investem na expansão no mercado brasileiro está a joalheria Tiffany & Co, que inaugurou sua quinta unidade no Brasil. A marca também lançou o Blue Box Café, espaço temático temporário com ambientação semelhante às lojas da grife, alinhado à tendência do setor de oferecer experiências exclusivas aos consumidores.
Segundo Flavia Mardegan, CEO da consultoria Mardegan TR, “estamos falando de um universo em que o valor percebido deixa de estar apenas no produto ou serviço e passa a residir na vivência que ele proporciona. No mercado de luxo, isso ganha uma camada a mais: não basta exclusividade, é preciso provocar sensações memoráveis e criar narrativas que conectem emocionalmente”.
Flavia afirma ainda que “o conceito por trás é simples e genial: tornar icônico o cotidiano. Ao permitir que o público experimente o ‘Breakfast at Tiffany’s’ na prática, a marca transforma uma referência cultural em vivência real. A proposta é reforçar a conexão emocional e aproximar o luxo da aspiração”.
O interesse das marcas de alto padrão no Brasil é impulsionado pelo aumento da população com alto poder aquisitivo. Atualmente, o país possui cerca de 1,3 milhão de pessoas nesse perfil, com projeção de crescimento para 1,5 milhão até 2030.
Dados da consultoria Bain, em parceria com a Fondazione Altagamma – Associação dos Fabricantes Italianos de Bens de Luxo –, indicam que, enquanto o mercado global de luxo apresenta retração, países da América Latina, especialmente Brasil e México, seguem em expansão. Para 2030, as estimativas apontam potencial de vendas de até R$ 133 bilhões na região.
“A experiência é a nova vitrine — efêmera e instagramável, porém inesquecível”, disse Flavia Mardegan. “O modelo temporário, imersivo e sensorial permite testar conceitos, gerar burburinho e criar escassez emocional, algo extremamente valioso no luxo. O futuro do setor será menos sobre vitrines de vidro e mais sobre janelas sensoriais para mundos paralelos criados por cada marca.”