Inovação
Usando o digital para impulsionar a expansão

Ter uma presença digital forte e uma estratégia de marketing bem definida é fundamental antes de abrir lojas em novos mercados, afirma Francesco Pinto, presidente e fundador da Yamamay. Durante sua participação na NRF Paris, ele vai compartilhar como a marca italiana com foco em sustentabilidade encontrou maneiras de sobreviver e prosperar frente a concorrentes de grande porte.
Especializada em lingerie, moda íntima, moda praia e roupas casuais, a Yamamay foi fundada em 2001 e construiu uma posição de destaque no mercado ao oferecer produtos de alta qualidade e com preço acessível, que combinam estilo, desempenho e responsabilidade ambiental.
Integrando conceitos de eco-design, economia circular e transformação digital em todas as suas áreas de atuação, a Yamamay é membro fundador da Rede do Pacto Global da ONU na Itália. A marca conta hoje com mais de 600 lojas distribuídas em 32 países, além de operar sua própria plataforma de e-commerce e ter parcerias com grandes marketplaces online, como Zalando e Amazon. Seu faturamento anual supera os €230 milhões.
Apesar do porte relativamente menor, a empresa atua em um setor altamente competitivo, dominado por gigantes do mercado, e tem usado essa realidade como um motor de diferenciação, reforçando seus atributos ambientais.
“Temos 450 lojas na Itália, o que nos garante um alto grau de lembrança entre os consumidores locais. Naturalmente, replicar esse sucesso fora da Itália não é simples, mas estamos expandindo de forma consistente no sul da Europa e nos Bálcãs, regiões que compartilham hábitos de consumo semelhantes aos dos italianos. Além disso, as características corporais dos consumidores são parecidas, o que é um fator muito importante quando se trata de moda íntima e lingerie”, explicou Francesco Pinto.
A Itália continua sendo o principal mercado da Yamamay, concentrando a maior parte da receita, da base de lojas e do reconhecimento da marca. No entanto, a empresa também tem presença relevante na Grécia, nos Bálcãs e está em plena expansão no Oriente Médio, especialmente nos Emirados Árabes Unidos. Olhando para o futuro, a Yamamay mira outros mercados internacionais, com foco em países como Suíça, França, Arábia Saudita, além de outras regiões do Oriente Médio, da Ásia e dos países da Comunidade dos Estados Independentes (CIS).
A estratégia de crescimento da marca está centrada em parcerias de franquia e em plataformas de marketplaces, além da abertura seletiva de lojas próprias flagship em locais premium e de alto fluxo, que funcionam como hubs físicos da marca. Na Itália, a rede vem sendo otimizada com a criação de novas flagships e formatos mono-marca, incluindo o conceito Yamamay Man.
“Somos uma empresa desafiadora por natureza. Sempre enfrentamos uma concorrência muito dura, principalmente com a Intimissimi, que tem milhares de lojas. Disputamos espaço lado a lado no mercado de moda íntima, o que nos leva a aprender continuamente com as nossas operações e com a concorrência. Conseguimos sobreviver desde o início com uma marca amigável, colorida e mais sensível aos temas ESG”, acrescentou Pinto.
Ele destacou que a empresa acredita no potencial de continuar crescendo e expandindo os negócios, especialmente por meio de melhorias significativas na frente digital.
“Após a pandemia, trouxemos o digital de volta para dentro da nossa operação, mas tivemos que reconstruir tudo do zero: plataforma de dados, CRM, analytics, programa de fidelidade, POS, soluções de front-end e back-end”, relembrou.
“Minha percepção é que, mesmo sendo pequenos e ágeis, ainda temos muitas ferramentas à disposição para continuar crescendo. Atuamos em um ambiente bastante sofisticado, onde fatores como produto, inovação, foco no cliente, engajamento e storytelling digital são fundamentais para o sucesso. Estamos jogando o mesmo jogo que os grandes players da indústria. Naturalmente, tentamos aprender um pouco, corrigimos nossos erros e buscamos nosso próprio caminho.”
Antes da pandemia, a empresa operava diretamente em diversos mercados internacionais, mas durante o período de crise sanitária, decidiu encerrar algumas dessas operações.
“Hoje, entendemos que o primeiro passo é construir uma boa presença digital, criar uma comunidade e estruturar um banco de dados de clientes pronto para ser ativado. É muito mais difícil começar apenas com pontos físicos. Por isso, acredito que agora o caminho certo é preparar o mercado com marketing digital e, a partir daí, usar insights sobre o comportamento e as preferências dos consumidores para orientar a expansão física”, concluiu Pinto.
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Imagem: Envato
Informações: Retail’s Big Show Europe
Tradução livre: Central do Varejo