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Experiências imersivas e IA: o desafio de criar conexões humanas

Na conferência Conexão Digital do Rio Innovation Week, os sócios da produtora Chroma Garden, Shaw Ceschin (diretor comercial) e Ronam Bonfim (diretor técnico), apresentaram a palestra “Experiência imersiva em tempos de inteligência artificial (IA)”. O encontro discutiu como a tecnologia e os recursos sensoriais podem ser usados para criar narrativas que despertem emoção e engajamento real.
Os palestrantes destacaram a diferença entre a experiência do usuário (UX) e a experiência humana (HX), defendendo que, mais do que fluxos e interfaces planejadas, é preciso considerar as características, percepções e sentimentos das pessoas. “A marca fala, mas alguém realmente está escutando?”, provocou Ceschin.
A dupla analisou a evolução da busca por impacto no audiovisual (do cinema mudo aos efeitos visuais avançados, passando por inovações como IMAX e 3D) e observou que a “barra” das expectativas do público está cada vez mais alta. Com isso, cresce o desafio de surpreender, especialmente em um cenário onde realidade virtual, realidade aumentada e instalações imersivas já fazem parte do repertório de eventos e entretenimento.
Para Bonfim, a experiência imersiva é capaz de conduzir o público a uma “escada da emoção”, em que o envolvimento sensorial e narrativo gera memória afetiva duradoura. Ele citou o uso estratégico de som, luz, projeções e interatividade para criar ambientes que estimulem reações coletivas, explorando também o chamado “comportamento de grupo”.
Casos práticos apresentados incluíram ativações que mesclam gamificação e tecnologia, como um piano gigante interativo e instalações com medição de movimentos e expressões via inteligência artificial. A IA, segundo eles, deve ser vista como ferramenta para potencializar histórias e não como fim em si mesma.
Ao encerrar, Ceschin e Bonfim reforçaram que a verdadeira imersão acontece quando o público vive a narrativa e guarda uma lembrança positiva da marca. “Não é sobre a tecnologia pela tecnologia, mas sobre o que ela pode proporcionar de único e humano”, concluiu Bonfim.
Imagem: Ygor Piva