On eleva projeção anual e minimiza impacto de tarifas

Impulsionada pelo crescimento das vendas diretas ao consumidor, a On registrou no segundo trimestre um aumento de 32% nas vendas líquidas em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 749,2 milhões de francos suíços (cerca de US$ 928 milhões, na cotação desta terça-feira), segundo comunicado da empresa.

A marca esportiva passou de um lucro líquido de 30,8 milhões de francos suíços no ano anterior para um prejuízo de 40,9 milhões de francos suíços. As vendas no canal direto ao consumidor cresceram 47,2%, enquanto o atacado avançou mais de 23%, de acordo com o comunicado.

A On elevou sua projeção para o ano, prevendo agora um crescimento de 31% nas vendas líquidas em moeda constante, acima dos 28% estimados anteriormente. Além disso, a empresa aumentou a previsão para a margem bruta, que agora deve ficar entre 60,5% e 61%, ante a faixa anterior de 60% a 60,5%.

Apesar de reconhecer um cenário macroeconômico incerto devido a mudanças na política comercial dos Estados Unidos, os executivos da On mantiveram confiança na capacidade da marca de atender às expectativas.

“Nem chegamos a conversar com varejistas ou parceiros de fábrica sobre medidas de mitigação”, disse o CEO e CFO Martin Hoffmann a analistas em teleconferência nesta terça-feira. “Ainda não precisamos disso.”

O executivo observou que o aumento dos custos de importação não é desejável, mas que as tarifas não são novidade para a marca internacional. A On já lidava com tarifas sobre importações para os EUA vindas de países do Sudeste Asiático, como o Vietnã, responsável por cerca de 90% da produção de calçados da empresa nos seis meses encerrados em 30 de junho, segundo documento da companhia.

O maior desafio da On no segundo trimestre foi a taxa de câmbio, já que o dólar americano se desvalorizou frente ao franco suíço, contribuindo para o prejuízo líquido.

“Como esperado, as mudanças cambiais geraram um ruído significativo nos resultados, incluindo uma diferença expressiva entre as vendas reportadas e as ajustadas por moeda constante, além de uma perda de conversão cambial de 140 milhões de francos suíços que impactou diretamente o prejuízo líquido”, escreveram analistas da William Blair em relatório desta terça-feira compartilhado com o Retail Dive. “O resultado de vendas, mesmo descontando o impacto cambial, foi suficientemente forte para que o mercado tenda a relativizar os efeitos de um franco mais valorizado.”

Executivos destacaram que o posicionamento premium da On segue sendo um dos pilares da força da marca.

A empresa aplicou aumentos seletivos de preços nos Estados Unidos em julho e não espera novos ajustes para atingir as metas de margem projetadas, embora mudanças macroeconômicas possam alterar essa visão, acrescentou Hoffmann.

Para os próximos meses, a expectativa é que o crescimento contínuo da categoria de vestuário amplie a presença da On junto a um público mais diversificado, afirmaram executivos na teleconferência.

Os calçados continuam sendo a maior categoria da marca, com alta de quase 30% nas vendas líquidas do segundo trimestre. Já o vestuário cresceu 67,5%, alcançando 36,7 milhões de francos suíços, e os acessórios saltaram 133,3%, para 7,7 milhões de francos suíços, segundo documento da On. O vestuário agora representa 4,9% das vendas líquidas, contra 3,9% no ano anterior.

Imagem: Divulgação
Informações: Dani James para Retail Dive
Tradução livre: Central do Varejo