Economia
Inadimplência de consumidores recua para 8,5% em agosto

A inadimplência, que representa quando um cliente deixa de pagar suas dívidas relacionadas a compras parceladas, deu uma trégua ao varejo brasileiro em 2025, segundo dados do Meu Crediário. Depois de alcançar o pico de 9,7% em junho, o índice recuou para 8,5% em agosto, após permanecer acima dos nove pontos percentuais desde maio. Apesar da melhora neste ano, o indicador ainda está acima do registrado em agosto de 2024, quando 7,1% dos consumidores tinham valores em atraso.
Inadimplência por regiões
O mapa da inadimplência em agosto manteve as diferenças regionais observadas nas últimas edições do levantamento. O Sudeste ficou à frente, com 10,22%, puxado pelo peso da população e do consumo na região mais populosa do país.
Na sequência, o Norte aparece com 9,14%, seguido pelo Nordeste, com 8,49%, o que poderia ser explicado por renda mais baixa e dependência de setores de trabalho instáveis. Já o Centro-Oeste (7,68%) e o Sul (7,54%) tiveram os melhores resultados, ambos abaixo da média nacional.
Segmento de roupas e calçados concentra mais dívidas
O índice de inadimplência desenvolvido pelo Meu Crediário também revela que o setor de roupas e calçados é o mais afetado pelas dívidas, com taxa de 10,05%. O dado reforça a dificuldade dos consumidores em manter em dia as compras ligadas ao varejo de moda.
Em seguida, aparecem as óticas, com 7,25%, enquanto móveis e eletrodomésticos registraram 6,31%. Embora ainda elevados, os números mostram queda em relação ao mês anterior.
Perfil dos devedores
O estudo também evidencia diferenças de gênero em relação às dívidas. Os homens registraram 10,09% de inadimplência, acima das mulheres, que ficaram em 7,91%. Essa distância tem se mantido estável ao longo dos últimos meses.
A análise por faixa etária mostra ainda mais contraste. Jovens de 18 a 25 anos lideram com 15,31%, taxa bem superior à média nacional, refletindo a dificuldade desse grupo em administrar o crédito no início da vida financeira.
Entre 26 e 35 anos, o índice cai para 11,56%, enquanto na faixa de 36 a 50 anos fica em 8,18%. Os percentuais mais baixos aparecem entre consumidores de 51 a 65 anos (5,81%) e acima de 66 anos (4,83%). O comportamento sugere maior controle financeiro com o avanço da idade.
Apesar da queda em agosto, os números mostram que a inadimplência continua acima da média histórica e segue preocupando o varejo. O cenário reforça a importância de práticas de crédito mais responsáveis e de educação financeira para conter o avanço das dívidas.
Imagem: Envato