Economia
PIB do Brasil aumenta acima das projeções, segundo IBGE
Setores da indústria e serviços puxam crescimento; consumo das famílias também cresce
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (1º) os números do Brasil no segundo trimestre. Em comparação com os três meses anteriores, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,9%, totalizando R$ 2,651 trilhões entre abril e julho.
O resultado do PIB (a soma de todos os bens e serviços finais produzidos) do Brasil superou as expectativas do mercado. O consenso Refinitiv, por exemplo, estimava um avanço de 0,3% neste período.
Dessa forma, o primeiro semestre de 2023 encerra com a atividade econômica avançando 3,7%. De acordo com o IBGE, o resultado faz com que a economia brasileira opere em um nível 7,4% acima do último resultado antes da pandemia da COVID-19 — o quarto trimestre de 2019. Assim, a série tem um novo ponto mais alto, superando os três meses anteriores.
O IBGE apontou dois setores como responsáveis pelo desempenho positivo do PIB do Brasil: a indústria (crescimento de 0,9%) e os serviços (0,6%), que é o segmento que mais influencia na expansão da economia, por responder a 70% do setor produtivo do país e registrar resultados positivos por 12 trimestres consecutivos.
Em nota, a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis, comenta que os serviços financeiros, especialmente os seguros, puxaram o resultado positivo do setor de serviços. “Também se destacaram dentro dos outros serviços aqueles voltados às empresas, como os jurídicos e os de contabilidade, por exemplo”, afirmou Rebeca.
A indústria, depois de encerrar 2022 com resultados negativos, cresceu pelo segundo trimestre seguido. O levantamento do IBGE mostra que o avanço do setor industrial foi puxado pelo crescimento das indústrias extrativas, de 1,8%, da construção (0,7%), atividade de eletricidade e gás, água e esgoto (0,4%) e, também, a indústria de transformação (0,3%).
Embora, no total, a indústria tenha se mantido num patamar acima dos resultados obtidos antes da pandemia, o setor ainda não conseguiu superar o terceiro trimestre de 2013, quando chegou ao ponto mais alto da série histórica.
A agropecuária foi o único setor do lado da oferta que recuou no trimestre de abril a julho. A queda foi de 0,9% e, de acordo com o IBGE, se deve à base de comparação com o trimestre anterior, onde o crescimento foi de mais de 21%. “Se olhamos o indicador interanual, vemos que a agropecuária é a atividade que mais cresce. O resultado é menor porque é comparado ao trimestre anterior, que teve um aumento expressivo. Isso aconteceu porque 60% da produção da soja é concentrada no primeiro trimestre”, explicou Rebeca.
Consumo das famílias cresce
O resultado do PIB do Brasil divulgado pelo IBGE mostra também uma alta no consumo das famílias. O avanço foi de 0,9%, maior alta desde o segundo trimestre de 2022. O IBGE aponta os reajustes em programas sociais, o avanço do crédito e os incentivos fiscais à indústria automotiva como fatores que impulsionam esse resultado.
O consumo do governo também cresceu em relação ao trimestre anterior. Foi o quarto resultado positivo seguido. Enquanto isso, os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo), apresentaram estabilidade, com uma variação de 0,1%. A taxa de investimento foi de 17,2% do PIB do Brasil, um número menor que o resultado do mesmo período do ano passado (18,3%).
A taxa de poupança também apresentou queda neste segundo trimestre. Foram 16,9%, enquanto no período de abril a julho de 2022, o resultado havia sido de 18,4%. O setor externo mostrou crescimento em exportações e importações em relação ao primeiro trimestre, com 2,9% e 4,5%, respectivamente.
Imagem: Envato