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A China vai dominar o (ciber) mundo?

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Os países ocidentais dominaram por muito tempo o comércio eletrônico e o marketing digital, mas a influência da China nessas áreas tem crescido rapidamente nos últimos anos. A natureza influente da economia digital global sugere que a dominância de uma única região não é garantida para sempre. Embora a China já tenha provado sua força no comércio eletrônico, o governo possui objetivos mais amplos para estabelecer uma dominância digital global. Ao analisar mais de perto o setor de comércio eletrônico da China, podemos compreender melhor as implicações mais amplas para o ciberespaço.

A ascensão do comércio eletrônico chinês

Enquanto eBay e a “loja de tudo” Amazon podem ser as primeiras marcas que vêm à mente de americanos ou europeus ao pensar em plataformas de comércio eletrônico dominantes, essas e outras empresas ocidentais têm um impacto global menor do que suas contrapartes chinesas. Em 2023, empresas chinesas geraram US$ 1,255 trilhão em receitas globais, mais do que qualquer outra região, seguidas por US$ 1,066 trilhão gerados por empresas dos Estados Unidos.

O maior mercado interno de comércio eletrônico do mundo ajuda a China a alcançar essa liderança. A classe média em ascensão e o apoio do governo estão entre os fatores que impulsionam a digitalização do comércio no país. Esse mercado também é responsável pelo maior dia de compras online do mundo: o Singles’ Day (Dia dos Solteiros), celebrado em 11 de novembro (11/11). Essa data, uma celebração não oficial de pessoas sem relacionamento amoroso, gera bilhões de dólares em vendas para plataformas como Tmall e Taobao.

Enquanto consumidores ocidentais ainda estão mais familiarizados com a Cyber Monday e a Black Friday, o Singles’ Day também está ganhando força fora da China, podendo se tornar mais um marco do impacto do comércio eletrônico chinês na cultura ocidental.

As primeiras marcas desse impacto foram deixadas quando plataformas como AliExpress entraram nos mercados americano e europeu com ofertas mais baratas. O avanço do comércio social forneceu à China meios adicionais para estabelecer sua liderança no comércio digital. Plataformas como Douyin (da ByteDance) e sua versão internacional, TikTok, integram experiências sociais com compras. Esse modelo de negócios desafia os líderes chineses do comércio eletrônico, como JD.com e Tmall, da Alibaba, além das principais plataformas ocidentais.

Além do comércio eletrônico – a influência cibernética da China

Embora o comércio eletrônico seja o mais visível para os consumidores, não é a única área em que a influência chinesa no ciberespaço está crescendo. Trata-se de um sintoma da estratégia de longo prazo do Partido Comunista Chinês (PCC), delineada no 14º Plano Quinquenal de Informatização Nacional, conhecido como Digital China.

Os objetivos do plano abrangem desde o fortalecimento da infraestrutura para armazenamento e transferência de dados até a promoção de padrões chineses para a governança global de dados. Essas ambições e o sucesso no comércio eletrônico trazem certos riscos para consumidores ocidentais, empresas e a ordem mundial atual.

Em resposta a esses ameaças, o Ocidente deve priorizar a proteção da privacidade dos usuários e a livre troca de informações. Promover transparência no uso de dados e limitar a vigilância estatal são essenciais para preservar as liberdades. No âmbito empresarial, tecnologias anti-bloqueio são cruciais para garantir acesso justo a dados públicos, mantendo a vantagem competitiva e promovendo uma internet aberta.

A crescente influência digital da China, particularmente no comércio eletrônico, sinaliza uma mudança na ordem digital global. Enquanto empresas e consumidores no Ocidente continuam a interagir com plataformas chinesas, é essencial estar ciente dos riscos relacionados à concorrência, qualidade de produtos e privacidade de dados.

À medida que as ambições da China se expandem para a governança do ciberespaço, o Ocidente deve responder protegendo a privacidade, a transparência e o acesso justo às informações digitais para garantir uma internet aberta e livre.

Imagem: Envato
Informações: Julius Černiauskas para Retail TouchPoints
Tradução livre: Central do Varejo

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