A generalização do marketing

A magia de participar de eventos profissionais transcende a simples oportunidade de se conectar com diversas pessoas; ela reside na riqueza de compartilhar e contrastar diferentes perspectivas sobre um mesmo tema. Essa troca de visões amplia nossa compreensão e nos inspira a refletir sobre nossas próprias convicções, buscando um aprimoramento contínuo.

Neste cenário de constante evolução, observo uma tendência preocupante em nossa vida profissional: a banalização de conceitos e práticas, muitas vezes sem a devida consideração pelo contexto geral em que se inserem. Permitam-me ilustrar esse ponto com um exemplo que pode parecer deslocado à primeira vista, mas que está intrinsecamente ligado ao cerne da questão:

Imaginemos o médico clínico geral, profissional com uma base sólida em todos os aspectos da medicina. Sua formação é ampla, ainda que possa optar por se especializar posteriormente em áreas específicas. Essa progressão natural do conhecimento geral para o especializado é fundamental em qualquer campo, não apenas na medicina. Agora, pensemos na peculiaridade de todos os clínicos gerais se autodenominarem especialistas sem possuírem, de fato, tal especialização. Essa ideia soa estranha, não é verdade?

Esse raciocínio me veio à mente após reflexões provocadas por um recente evento sobre marketing. Atualmente, percebe-se uma concepção equivocada de que marketing se resume a gestão de tráfego. Essa visão distorcida ganhou força com o advento digital, uma era em que o papel do marketing foi drasticamente redefinido e valorizado. Antes de 2010, a compreensão sobre o que englobava o marketing era muito diferente, sem o reconhecimento de várias de suas funções atuais.

Durante a pandemia, fui compelido a aplicar todo o meu conhecimento de marketing, acumulado ao longo dos anos, de maneiras que nunca havia imaginado. Esse período desafiador ressaltou a importância de um embasamento sólido para desenvolver estratégias eficazes e alcançar resultados significativos. Nesse contexto, um novo desafio emergiu: a proliferação de autoproclamados especialistas sem a devida profundidade de conhecimento.

O ponto que desejo enfatizar é a importância de uma avaliação criteriosa dos profissionais com os quais colaboramos. Conhecer suas trajetórias, experiências e competências é fundamental. Lembro-me de uma piada sobre advogados que questiona o valor de uma consulta, enfatizando o preço do conhecimento e da experiência, e não apenas do serviço pontual – saber onde vai a vírgula pode ser pouco, mas como chegar até este ponto? Em suma, enquanto o conhecimento é uma riqueza inestimável, o egocentrismo e a superficialidade podem precipitar qualquer empreendimento ao fracasso, incluindo o seu!

Até a próxima!

Imagem: Elifas de Vargas

*Elifas de Vargas é formado em Marketing, com especialização em Quality Service pela Disney Institute na Flórida-USA. É criador do método FastVideos, produção rápida e versátil de vídeos para web, utilizando apenas o smartphone. Responsável por fundar a primeira webtv privada do Rio Grande do Sul, em 2006, dentro da incubadora tecnológica da Univates, possui ampla experiência em comunicação e é Terapeuta Comportamental pela Escola de Executivos e Negócios Instituto Albuquerque, certificada pela Fundação Napoleon Hill. Empresário, Co-Founder da Agência de Marketing Kreativ desde 2010, com sede em Lajeado/RS e filiais em POA/RS e Rio de Janeiro/RJ, está sempre em busca de experiências que impactem os negócios de seus clientes. Assim, também é curador de diversos eventos, entre eles, o Rio Inovattion Week (maior evento de inovação e tecnologia da América Latina) no Rio do Janeiro. Mais recentemente, em janeiro de 2024, Vargas fez a curadoria de conteúdo da NRF, em Nova York, para o Projeto NRF 2024 Digital Explorer. Acompanhe o autor no LinkedIn.