Economia
Alimentação fora de casa cresce no primeiro quadrimestre de 2024
Faturamento do setor cai 0,2% em abril e interrompe cinco meses de alta, enquanto a inflação de maio alcança 0,50%
De acordo com análise da Associação Nacional de Restaurantes (ANR) e a consultoria Future Tank de dados gerados pelo IBGE, em abril, a receita dos serviços de alimentação fora de casa, oferecidos principalmente por bares e restaurantes, caiu 0,2% no Brasil. A queda interrompeu cinco meses de alta consecutiva, divergindo do desempenho observado no setor de serviços como um todo em abril, que apresentou um crescimento de 5,6%. Foi o melhor resultado para o setor desde março de 2023, quando houve um crescimento de 6,5%.
Por outro lado, no primeiro quadrimestre de 2024, as receitas dos serviços de alimentação cresceram 5,2% no Brasil, quando comparadas ao mesmo período de 2023. Este bom desempenho é ainda mais significativo ao considerar a base já elevada do início de 2023, que registrou uma alta de 7,4%. O resultado acumulado de 2024 na alimentação também contribuiu para o crescimento da receita do setor de serviços como um todo no início deste ano, registrando aumento de 2,3%.
A inflação é um fator que pode impactar os resultados do setor. Em maio, o índice de inflação da alimentação fora do domicílio, medido principalmente em bares e restaurantes, cresceu 0,50% no Brasil. Este foi o trigésimo mês consecutivo de inflação. O aumento de preços do setor esteve alinhado com o índice geral da inflação brasileira em maio, que foi de 0,44%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA).
Os preços da alimentação fora de casa aumentaram em maio em 12 das 16 unidades da federação pesquisadas pelo IPCA, com exceção de Maranhão (-0,34%), Pará (-0,21%) e Rio de Janeiro (-0,17%). Além disso, quase todos os produtos ofertados pelo setor de restaurantes registraram inflação em maio, exceto o cafezinho (-2,50%), o vinho (-1,94%) e os doces (-0,08%). Destaque para a cerveja, que teve o maior aumento de preços no mês: 0,95%.
Por fim, no acumulado do ano até maio de 2024, o custo da alimentação fora do domicílio registrou alta de 1,99%. Esta variação de preços ficou abaixo do índice geral da inflação brasileira, que foi de 2,27%. Todas as 16 unidades da federação pesquisadas registraram inflação setorial neste ano. A maior variação foi no Distrito Federal com 3,49%, e a menor foi no Rio de Janeiro com 1,3%.
“Apesar da queda no faturamento do setor de alimentação em abril, o desempenho em 2024 permanece positivo. O resultado reforça a recuperação contínua do setor, que ainda enfrenta desafios com a inflação e pós-pandemia, mas segue como um alicerce importante da economia. Seguimos comprometidos em promover um cenário favorável para o crescimento do setor no Brasil”, ressalta Fernando Blower, diretor-executivo da ANR.