Economia
Atividade econômica do Brasil cresce no primeiro trimestre de 2024
Índice do Banco Central mostra aumento em relação a mesmo período de 2023 e ao trimestre anterior
A economia brasileira apresentou um crescimento no primeiro trimestre deste ano, conforme dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (15). O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) registrou um aumento de 1,08% de janeiro a março em relação ao trimestre anterior (outubro a dezembro de 2023), ajustado sazonalmente.
Comparado ao primeiro trimestre de 2023, o aumento foi de 1,04%, sem ajuste sazonal, já que a comparação é entre períodos equivalentes.
No mês de março de 2024, o IBC-Br teve uma queda de 0,34%, atingindo 147,96 pontos, ajustados de maneira sazonal. Já em relação a março de 2023, houve uma diminuição de 2,18%, sem o ajuste. Nos últimos 12 meses, o indicador registrou um aumento de 1,68%.
O IBC-Br é um importante indicador para avaliar a evolução da atividade econômica do país e auxilia o BC nas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, atualmente definida em 10,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Ele incorpora informações sobre a atividade dos setores da economia, incluindo indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do volume de impostos.
A Selic é o principal instrumento do BC para atingir a meta de inflação. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, visa conter a demanda aquecida, o que influencia os preços, já que os juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Embora as taxas mais altas ajudem a reduzir a inflação, também podem dificultar a expansão econômica.
Devido às preocupações com as expectativas de inflação acima da meta e um cenário macroeconômico mais desafiador, o Copom não prevê novos cortes na Selic. No entanto, reconhece que o mercado de trabalho e a atividade econômica brasileira tiveram um desempenho mais dinâmico do que o esperado no primeiro trimestre de 2024, o que influenciou a decisão de reduzir a taxa Selic, embora em um ritmo mais lento.
O ciclo de aperto monetário do Copom começou em março de 2021, com 12 elevações consecutivas da Selic, em resposta à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Após um ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas, posteriormente sendo cortada por causa do controle dos preços.
O IBC-Br, embora não seja uma prévia exata do Produto Interno Bruto (PIB), contribui para a formulação da política monetária do país. O PIB, que é o indicador oficial da economia brasileira, teve um crescimento de 2,9% em 2023, superando as projeções, com um valor total de R$ 10,9 trilhões. A próxima divulgação do PIB está prevista para o dia 4 de junho, quando serão apresentados os resultados do primeiro trimestre deste ano.
Imagem: Aloísio Maurício/Agência O Globo