Economia
Bancos cogitam taxar transações do Pix para empresas; entenda
Incerteza sobre a taxação gerou proliferação de notícias falsas; segundo BC, meio teve 3,1 milhões de transações no mês passado
Nos últimos dias, o assunto mais falado entre varejistas é a possível cobrança do Pix para as empresas. A especulação começou após a Caixa Econômica Federal anunciar que iria implementar a cobrança para pessoas jurídicas a partir deste mês. No entanto, a instituição financeira voltou atrás e suspendeu a medida. Segundo informações da Vitrine do Varejo, a decisão foi tomada para permitir que os clientes se adaptassem às mudanças e ocorreu após um pedido do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, devido à repercussão negativa.
Houve até mesmo a propagação de notícias falsas nas redes sociais, afirmando que a cobrança seria aplicada a todos os tipos de clientes, incluindo pessoas físicas. No entanto, a Caixa desmentiu essas informações. A verdade é que a cobrança do Pix para empresas deve começar em breve, pois há fundamentos para isso. De acordo com as estatísticas do Banco Central sobre o Pix, em maio, foi registrado um pico de mais de 3,1 milhões de transações pelo sistema, e mais de 613 milhões de chaves Pix foram cadastradas para receber pagamentos.
Esses números demonstram a importância do sistema de pagamentos para a economia brasileira e o impacto que ele tem sobre as empresas, que adotaram o Pix como uma das principais formas de receber pagamentos dos clientes. O Pix é um serviço de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central, que é responsável por regulamentá-lo. No entanto, a cobrança de taxas sobre as empresas fica a cargo das instituições financeiras, e alguns bancos já estão realizando essa cobrança desde 2021.
A cobrança é autorizada pela Resolução número 19 de 2020 do Banco Central, que prevê a possibilidade de taxação. Além disso, as instituições bancárias podem cobrar se o cliente utilizar canais presenciais ou por telefone ao realizar um Pix, se estiver recebendo dinheiro com fins comerciais, se ultrapassar 30 transações por Pix ao mês ou se receber com QR Code dinâmico ou de um pagador pessoa jurídica. No entanto, as regras de taxação não se aplicam aos microempreendedores individuais (MEIs) e aos empresários individuais (EIs), que seguem as mesmas regras das pessoas físicas.
Atualmente, os bancos Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander já estão cobrando pessoas jurídicas nessas condições. Portanto, os clientes jurídicos da Caixa devem ficar atentos, pois é possível que o banco comece a cobrar em breve.
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