Black Friday registra recorde em vendas online enquanto tráfego em lojas físicas diminui

Os consumidores americanos gastaram um recorde de US$ 10,8 bilhões online na Black Friday, um aumento de 10,2% em relação ao ano anterior e mais que o dobro dos US$ 5,03 bilhões gastos em 2017, de acordo com a Adobe Analytics, que monitora transações de e-commerce.

“Ultrapassar a marca de US$ 10 bilhões é um grande marco para o e-commerce na Black Friday, um dia que no passado era mais focado em compras presenciais”, afirmou Vivek Pandya, analista-chefe da Adobe Digital Insights, em comunicado.

As vendas foram impulsionadas por compras realizadas em dispositivos móveis, que cresceram 12,1%, atingindo US$ 5,9 bilhões e representando 55% das vendas online na Black Friday. Pandya destacou que ferramentas digitais, como chatbots com inteligência artificial, carteiras digitais e opções de “compre agora, pague depois” (BNPL), estão criando “ventos favoráveis que podem impulsionar o crescimento online na Black Friday daqui em diante”.

A Adobe prevê que a Cyber Monday será o maior dia de compras do ano, com um gasto recorde estimado de US$ 13,2 bilhões, um aumento de 6,1% em relação ao ano anterior.

A Salesforce reportou números ainda maiores, com US$ 17,5 bilhões em vendas online nos EUA durante a Black Friday, um aumento de 7% ano a ano. A empresa de software em nuvem afirmou que 80% do tráfego global na Black Friday veio de dispositivos móveis, que foram responsáveis por 69% de todos os pedidos, acima dos 68% registrados em 2023.

Caila Schwartz, diretora de insights de consumo da Salesforce, disse à Reuters que a diferença entre os consumidores que pesquisam em seus celulares, mas compram em computadores, está diminuindo devido a opções de pagamento simplificadas, como Google Pay e Apple Pay, além de informações de cobrança e envio armazenadas para membros de programas de fidelidade e sugestões cada vez mais personalizadas para compradores móveis.

Por outro lado, o tráfego de consumidores em lojas físicas na Black Friday caiu 8,2% em relação a 2023, segundo a Sensormatic Solutions, que monitora o tráfego em lojas de varejo. A Sensormatic atribuiu as vendas físicas abaixo do esperado às promoções iniciadas antes da Black Friday e que continuaram depois.

“Os consumidores puderam distribuir suas compras e passar mais tempo com suas famílias”, afirmou Grant Gustafson, chefe de consultoria e análises de varejo da Sensormatic Solutions.

Dados preliminares da RetailNext também indicaram que o tráfego em lojas na Black Friday caiu 3,2% em todo o país. A RetailNext atribuiu a queda ao cansaço dos consumidores com a inflação, priorizando compras essenciais, e aos varejistas que espalharam as promoções ao longo da temporada. Joe Shasteen, chefe global de análises avançadas da RetailNext, disse: “Esse período de compras mais longo acabou reduzindo a importância singular da própria Black Friday”.

O relatório SpendingPulse da Mastercard revelou que as vendas online nos EUA aumentaram 14,6% em relação ao ano anterior, enquanto as vendas em lojas físicas cresceram modestos 0,7%. No geral, as vendas subiram 3,4%.

Antes da Black Friday, muitos consumidores visitaram lojas para pesquisar e explorar opções, afirmou Michelle Meyer, economista-chefe do Mastercard Economics Institute, à Reuters. Ela acrescentou: “Eles estavam esperando. Mas quando as promoções da Black Friday chegaram, houve essa grande concentração de gastos, que foi predominantemente online, dado que é onde os consumidores têm mais poder e opções.”

Imagem: Envato
Informações: Tom Ryan para RetailWire
Tradução livre: Central do Varejo