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Brasil é terceiro país mais perigoso para acidentes de trabalho
Atrás somente de Estados Unidos e China, país ainda tem dificuldades de reconhecer casos de acidente de trabalho com saúde mental
No último domingo foi celebrado o Dia Nacional em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. Nas vésperas também do Dia do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho (MPT) lançou o documentário intitulado “Juntos por um Ambiente de Trabalho Seguro e Saudável”. O curta debate sobre a posição brasileira no ranking de acidentes de trabalho, e sobre a necessidade de notificações fieis à realidade, inclusive notificando problemas de saúde mental como acidentes de trabalho.
No Brasil houve 6 milhões de registros de acidentes de trabalho entre 2012 e 2022, com 2 mais de milhões de afastamentos e 25 mil mortes. No mesmo período, R$ 136 bilhões foram gastos com pagamento de auxílios-doença, aposentadorias por invalidez, pensões por morte e auxílios acidente de trabalho.
Cerca de 70 acidentes de trabalho são registrados por hora no País, ainda considerando que há subnotificação de casos. Isso torna o Brasil o terceiro país do mundo mais perigoso para se trabalhar, atrás somente de Estados Unidos e China. É preciso considerar, ainda, que esses dados incluem apenas trabalhadores formais, com carteira assinada, e não a faixa da população informal ou estagiários, por exemplo.
“Tem alguns setores específicos que foram estudados como, por exemplo, o setor de frigoríficos. Em um período de cinco anos foram concedidos cerca de 3,2 mil benefícios pelo INSS para trabalhadores reconhecidamente vítimas de adoecimento mental relacionado ao trabalho. No entanto, em apenas dois casos as empresas reconheceram que aquele adoecimento teve relação com o trabalho”, diz a coordenadora nacional do MPT para Saúde dos Trabalhadores, Cirlene Zimmermann no documentário.
O curta tem o objetivo de conscientizar sobre a necessidade de agir para diminuir os acidentes de trabalho, e notificá-los adequadamente quando acontecem. Segundo o documentário, muitas empresas preferem tomar medidas paliativas em relação aos riscos de trabalho, em vez de evitá-los de fato.
Imagem: Envato