Economia
BTG e Santander manifestam oposição ao plano da Americanas
Bancos declararam oposição ao plano da varejista no último dia do prazo para manifestação, juntos possuem R$7 bi de crédito contra a empresa
O prazo estipulado para apresentação de objeções ao plano de recuperação judicial protocolado pela Americanas encerrou na quarta-feira (19), com importantes credores financeiros expressando desacordo com a proposta de pagamento da varejista. O BTG Pactual, o Santander e mais de 30 gestoras e fundos de investimento, junto com a Virgo Companhia de Securitização, protocolaram objeções na Justiça.
De acordo com a lista mais recente de credores da Americanas, o BTG Pactual possui um crédito a receber no valor de R$3,5 bilhões, enquanto o Santander detém outros R$ 3,5 bilhões em créditos contra a varejista, conforme documento protocolado em junho. A Virgo Companhia de Securitização é credora em R$ 204,4 milhões. Além das petições dessas três instituições financeiras, uma objeção foi apresentada por representantes de um grupo de dez gestoras de recursos, e outra foi apresentada pela Oliveira Trust Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, agente fiduciário responsável pela emissão de R$ 2,16 bilhões em debêntures, juntamente com mais de 20 fundos de investimento e gestoras.
Em sua petição, o BTG Pactual solicita a convocação de uma assembleia geral de credores (AGC) e expressa sua discordância em relação a sete pontos previstos no plano de recuperação. Entre eles, destacam-se a “previsão de aumento de capital apenas na ordem de R$ 10 bilhões” e o “deságio não inferior ao percentual de 60% previsto para as modalidades de pagamento dos credores quirografários [sem garantia real].”
Os advogados do Santander argumentam que o estudo de viabilidade econômico-financeira elaborado pela consultoria Apsis, a pedido da Americanas, é insuficiente, limitando-se a descrever o contexto geral da economia brasileira e do mercado de comércio eletrônico/varejo. O Santander critica a falta de explicitação das razões pelas quais seria razoável esperar que as soluções propostas no plano de recuperação judicial levariam ao reerguimento da empresa e seriam as menos prejudiciais ao patrimônio de seus credores.
Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil