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Calvin Klein inaugura flagship no SoHo e volta ao varejo físico em Nova York
A Calvin Klein voltou ao varejo físico em Nova York com a abertura de uma flagship no bairro do SoHo, em Manhattan. A loja, com cerca de 280 metros quadrados, tem foco nas linhas de underwear e denim da marca, apontadas como categorias centrais da operação.
David Savman, presidente global da marca, afirmou que a linha de underwear, lançada no início dos anos 1980, é o eixo principal do ponto de venda. “Ela é a mistura perfeita de algo muito icônico, tornado atual com a inovação mais recente. E manteve uma sensação muito sedutora”, disse Savman. “Em muitos aspectos, é a forma como toda a marca Calvin Klein ganha vida.”
Segundo ele, o jeans também desempenha papel central na proposta da loja. “É fundamental para o lifestyle da Calvin Klein”, afirmou. “Calvin foi a primeira marca de designer que de fato levou o denim ao consumidor.”
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Para a inauguração, a flagship do SoHo conta com uma cápsula de edição limitada de camisetas, moletons de fleece, bonés e bolsas com uma marcação especial de Calvin Klein SoHo em variações de azul-marinho, azul-cobalto, cinza e branco. A partir da primavera de 2026 no Hemisfério Norte, estilos selecionados da Calvin Klein Collection estarão disponíveis em determinados períodos.
Savman definiu o posicionamento da marca como uma combinação entre continuidade e atualização. “Calvin sempre tem esse equilíbrio único: produtos icônicos tornados atuais”, disse. Ele acrescentou que a marca busca refletir “o zeitgeist da cultura quando se fala de campanha, de modelagem, de inovação. É nisso que continuamos insistindo.”
De acordo com o executivo, a proposta comercial da loja se apoia nas categorias já consolidadas. “Continuamos sendo impulsionados por underwear e denim, que são totalmente apoiados pelo vestuário masculino e feminino, acessórios e fragrâncias, e acredito que isso ganha forma de maneira muito clara nesta loja.”

A flagship do SoHo, inaugurada na terça-feira (9) no número 530 da Broadway, ocupa um prédio do início do século 20. O espaço preserva elementos arquitetônicos do bairro, como colunas de ferro fundido, vigas de madeira e paredes de tijolos aparentes pintadas de branco, e pé-direito de cerca de 4,5 metros. Esses elementos convivem com recursos contemporâneos, como uma grande parede de vidro fosco com iluminação regulável e três telas de LED altas e curvas que exibem campanhas da marca.
Segundo Savman, o projeto foi desenvolvido internamente. “O foco é realmente colocar o produto e a marca em primeiro plano, em vez de preencher o espaço com recursos digitais, embora as telas de LED sejam elementos importantes porque nossas campanhas são uma parte muito grande do universo Calvin Klein”, afirmou. Ele disse ainda que a loja opera com pouca sinalização, limitada a áreas em que há necessidade de explicar características de produto, funcionalidades e inovações no underwear, e guias de modelagem no denim.
A fachada externa foi pintada em carvão, cor associada à identidade visual da marca. As vitrines foram desenvolvidas em colaboração com o estúdio Perron Studios, com sofás e cadeiras tridimensionais em espuma esculpida, lixada e pintada, além de caixotes de mudança reutilizados como expositores. O conjunto remete à ideia de uma mudança para um loft típico do SoHo. No interior, predominam tons claros ligados à paleta da Calvin Klein, com neutros quentes, texturas naturais, molduras de madeira de reaproveitamento que remetem às janelas industriais da região e mobiliário em aço inox escovado e revestimentos em gesso.
A unidade do SoHo é menor que a flagship de três andares e cerca de 1.315 metros quadrados aberta em Tóquio em agosto de 2025, e que a flagship de aproximadamente 600 metros quadrados inaugurada em Paris em junho de 2024. Essas duas lojas acomodam sortimentos mais amplos e áreas para eventos. Ainda assim, o ponto do SoHo é tratado pela companhia como flagship.
Savman destacou o peso estratégico da localização. “É um ponto-chave em uma das cidades mais importantes do mundo. E, para nós, trata-se de estar de volta a Nova York, onde fomos fundados em 1968”, afirmou. “Este é um ponto-chave para nós, e fica a poucos passos do nosso outdoor na Houston Street. É uma localização muito relevante.” A loja do SoHo passa a ser o único ponto físico da marca na cidade, após o fechamento da antiga flagship da Madison Avenue em 2019.
O executivo reforçou a relevância do canal físico nos planos da marca. “O varejo continua sendo um pilar muito importante da estratégia da Calvin Klein daqui em diante”, disse Savman. “Isso inclui continuar investindo e atualizando nossa base atual de lojas, continuar investindo com parceiros em shop-in-shops e também aproveitar oportunidades para encontrar o consumidor em mais flagships em todo o mundo, nas principais cidades e localidades. Temos alguns movimentos em andamento”, afirmou, sem detalhar.
Questionado se o fundador Calvin Klein visitará a nova loja, Savman respondeu: “Não sei. Espero que sim. Ele foi convidado.”
Stefan Larsson, diretor-presidente da PVH Corp., controladora das marcas Calvin Klein e Tommy Hilfiger, destacou o papel de Nova York na trajetória da grife. “Nova York é central para o DNA da marca Calvin Klein”, disse Larsson. “Este retorno é um marco importante enquanto construímos a Calvin Klein como uma das marcas de lifestyle mais desejadas do mundo. Passo a passo, estamos aprofundando a relevância da marca, impulsionando o engajamento do consumidor e fortalecendo o posicionamento da marca na América do Norte e globalmente.”
Imagens: Bridgit Beyer
Informações: David Moin para WWD
Tradução livre: Central do Varejo
