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Economia

CNA faz primeira aquisição em sua história

Rede de idiomas fecha compra de escola de programação por valor não revelado

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Fachada de uma unidade de franquia da rede de idiomas CNA; pequenas franquias

A rede de idiomas CNA, fundada há meio século, alcançou um marco significativo ao realizar sua primeira aquisição em cinco décadas. Esse passo estratégico envolveu a compra da escola de programação e robótica Ctrl + Play, representando um movimento de diversificação do grupo.

Impulsionada pela turbulência da pandemia, que impactou negativamente o setor educacional com cancelamentos de matrículas, a decisão de ampliar os horizontes de negócios tornou-se crucial para o CNA. Em resposta à perda de 25% dos alunos durante esse período desafiador, a organização está em processo de recuperação, prevendo um retorno ao patamar pré-covid, com cerca de 180 mil estudantes no próximo ano.

Décio Pecin, presidente do CNA, expressou que a aquisição da Ctrl + Play visa fortalecer as receitas dos franqueados, mantendo um equilíbrio nos custos. As vendas iniciais foram exclusivas para os proprietários das escolas CNA, resultando na venda de 140 franquias em apenas um mês. Essa movimentação projeta a Ctrl + Play, atualmente composta por 14 unidades operacionais no país, para um crescimento exponencial, alcançando um tamanho dez vezes maior até 2024.

Para contextualizar, enquanto o CNA encerrará o ano com cerca de 780 unidades e 170 mil alunos, a mensalidade média das duas escolas é de R$ 300. A estratégia delineada por Pecin visa transformar essas escolas em espaços multifuncionais, oferecendo uma gama diversificada de cursos, desde idiomas até programação e outras áreas de interesse. Atualmente, 70% dos alunos de inglês têm entre 3 e 17 anos, frequentando aulas presenciais, enquanto na Ctrl + Play, o público predominante concentra-se entre 7 e 17 anos.

Pecin destacou ainda a possibilidade de os 120 mil alunos nessa faixa etária da Ctrl + Play se beneficiarem dos cursos de idiomas oferecidos pelo CNA, aproveitando as instalações adaptadas para uma permanência prolongada. O valor da aquisição, por sua vez, não foi revelado pelo presidente.

O empresário Luiz Gama, fundador do CNA em 1973, é o controlador da rede de idiomas, contando com Pecin, outros executivos e o fundo Actis (agora Noon Capital) como acionistas. O fundo Actis realizou um investimento de R$ 135 milhões em 2012, adquirindo uma fatia minoritária, mas antes da pandemia já planejava sua saída, conforme fontes apontam.

Em um cenário em que muitas escolas de idiomas estão migrando para aulas online, o CNA mantém sua preferência por cursos presenciais, considerando que o modelo digital poderia afetar os franqueados com unidades físicas. A exceção é um modelo de franquia da marca dedicado a cursos online, direcionado para cidades menores que não comportam uma escola física.

Pecin ressaltou que as aulas online do CNA são realizadas ao vivo, não consistindo em conteúdo gravado. Atualmente, 10 mil alunos estão matriculados nesse modelo, abrangendo 5,1 mil cidades sem escolas físicas. Em casos nos quais os alunos optam por cursos a distância, metade da receita proveniente das mensalidades é direcionada para a unidade onde a matrícula foi realizada, enquanto a outra metade fica com o franqueador.

Estima-se que o faturamento da CNA atinja aproximadamente R$ 170 milhões neste ano, representando um aumento de 17% em relação a 2022. No entanto, vale mencionar que esse valor não incorpora os resultados dos negócios da franquia digital e da escola de programação.

Fachada de uma unidade de franquia da rede de idiomas CNA

Imagem: Divulgação