Economia
Com gasolina mais cara, inflação sobe para 0,38% em julho
Por outro lado, alimentos tiveram maior recuo desde 2017, com tomate, cenoura, cebola, batata inglesa e frutas mais baratos
De acordo com o Índice Nacional de Preços do Consumidor (IPCA) divulgado pelo IBGE na sexta-feira, 9, a inflação oficial do Brasil em julho ficou em 0,38%. O resultado representa alta em relação ao mês de junho, quando o índice ficou em 0,21%. Os principais itens que inflaram foram a gasolina, as passagens aéreas e a energia elétrica residencial.
No acumulado de 12 meses, a inflação está em 4,5%, o que é o limite superior da meta estimada pelo Banco Central. O BC havia estabelecido como objetivo ficar na inflação de 3,0% em 12 meses, com margem de erro de 1,5% a mais ou a menos. Já no acumulado do ano, o IPCA está em 2,87%.
Grupos em alta
Entre os nove grupos pesquisados, sete tiveram alta. O grupo com mais impacto (0,37 p.p) sobre a inflação foi de transportes (1,82%). O principal aumento veio da gasolina (3,15%), que teve reajuste da Petrobras de 7,12% em julho, e foi o maior impacto do mês.
Além disso, as passagens aéreas tiveram aumento de 19,39%, contribuindo em 0,11 p.p. com o IPCA de julho. Para o gerente do IPCA, André Almeida, “em julho temos férias escolares, o que concorreu para o aumento das passagens aéreas”.
O terceiro destaque em altas do mês é o preço da energia elétrica residencial (1,93%), que pressionou o grupo de Habitação (0,77%). “Passou a vigorar a bandeira tarifária amarela, que acrescenta R$ 1,885 a cada 100 kwh, ocasionando elevação de preços”, explica Almeida. Em agosto, a bandeira verde já foi retomada.
Destaca-se que os três grupos de maior alta do mês representaram quase todo o IPCA, com 0,35% de inflação, enquanto o total foi de 0,38%.
Alimentação em baixa
Na contramão do resultado do IPCA de julho, o grupo Alimentação e Bebidas (-1,0%) foi o que mais caiu, aliviando a inflação do mês. “É a maior queda desde agosto de 2017, quando a variação de alimentos e bebidas foi de -1,07%. O que ajuda explicar a queda em julho é a maior oferta de alimentos”, explica Almeida.
A Alimentação no domicílio foi a que mais caiu, com -1,51%. Entre os alimentos que ficaram mais baratos, se destacam tomate (-31,24%), cenoura (-27,43%), cebola (-8,97%), batata inglesa (-7,48%) e frutas (-2,84%).
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