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Comportamento

Como é o perfil da geração Z no mercado de trabalho?

Nativos digitais, ligados à preservação ambiental e às causas sociais, jovens da geração Z são maioria no planeta atualmente; de acordo com o IBGE, porém, são o grupo mais desocupado do país

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Menina negra com cabelo rosa trabalhando com menino asiático de cabelo azul, representando a geração Z no mercado de trabalho

A geração Z, composta por jovens que nasceram entre 1996 e 2010, hoje está no mercado de trabalho. A última geração a completar 18 anos, em 2023, é nascida em 2005, ou seja, esse grupo de jovens está cada vez mais assumindo posições de responsabilidade na sociedade. Segundo a ONU, em 2019, a geração Z seria a maior parte da população global. No Brasil, porém, jovens entre 18 e 25 anos são a maior parte dos desempregados, de acordo com o IBGE. 

Nesse contexto, é preciso analisar quais mudanças sociais vem acompanhando a entrada da gen z no mercado de trabalho. Porém, os gestores parecem não estar satisfeitos. Um levantamento do EDC Group revela que geração Z é menos engajada no trabalho: chega mais tarde, sai mais cedo, deixa trabalho para outros colegas e faz o mínimo esperado. Em agosto, o jornalista Chico Felitti publicou em seu Instagram uma série de histórias relatadas por seus seguidores de absurdos cometidos pela gen Z no trabalho, como não querer trabalhar, bater ponto ou chegar na hora.

De acordo com a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) Lucia Madeira, a geração Z tem qualidades e desafios ao ingressar no mercado de trabalho. “Acho que a principal marca dessa geração é que é a primeira geração nativa digital, que já nasceu com wi-fi, redes sociais e smartphones. Isso é um diferencial positivo, pela facilidade com que transitam na tecnologia, mas tem um lado negativo que é a excessiva dependência dessas tecnologias”, afirma.

Outro ponto relevante, segundo a especialista, é que a gen Z está ligada a causas de igualdade social. “É uma geração socialmente muito mais avançada, porque já nasceu depois de muitas transformações sociais. Então essas questões de gênero,  de raça, de sustentabilidade,  isso aí é inegociável, são questões que são muito naturais para essa geração. Eu acho que é onde, às vezes, a gente encontra mais embates entre as outras gerações, porque para geração Z isso é imprescindível,ter ambientes diversos, onde eles possam ser o que eles queiram ser”, explica Madeira.

Outras características importantes dessa geração, segundo Madeira, são o desprendimento de bens materiais, como a compra de carro e casa, e são mais ligados ao propósito, menos ao salário. “É importante que aquilo faça sentido para eles, esse é o lado bom. O lado ruim é que a vida não é perfeita. Então a gente também percebe uma baixa resistência à frustração, porque aquela empresa ideal que o propósito bata com os seus, ela não é tão fácil de aparecer e aí você tem, as vezes, que trabalhar em lugares que não são o que você sonharia, mas você tem que encontrar sentido no seu dia a dia, fazer o melhor nesse lugar, onde se pode estar.”

Como se preparar para a geração Z no mercado de trabalho?

Para enfrentar os novos desafios e oportunidades que a Gen Z traz consigo ao adentrar o mercado de trabalho, é preciso que ambos, empresa e funcionário se preparem. Nesse sentido, Madeira explica como as empresas podem ficar prontas para receber os jovens: “É preciso se preparar para mais demandas. O jovem pergunta para o que é aquilo, porque que tem que fazer aquilo, coisa que normalmente não acontecia. A gente tem que explicar todo o contexto para a pessoa. Você também tem que ser mais flexível, por que que eu vou ficar criando caso por uma questão de horários se no meu tipo de atividade o horário não é tão importante?”, afirma a especialista em RH.

Na contrapartida, também é preciso que os jovens tenham algumas coisas em mente para se dar bem no mercado. “Eu acho que tem que ter atitude nas pequenas coisas. É saber primeiro que ele vai ter que entregar serviço, que se espera alguma coisa dele, e isso se chama comprometimento, engajamento para qualquer atividade. Essa postura faz toda a diferença para aquele negócio, e se aquele negócio vai bem, você vai bem, e pode crescer. Não adianta ficar pulando de empresa e esperar que vão descobrir o seu talento, o trabalho é atitude”, afirma.

Menina negra com cabelo rosa trabalhando com menino asiático de cabelo azul, representando a geração Z no mercado de trabalho

Imagem: Envato