Web Summit Lisboa 2025

Construir uma marca pessoal forte começa com autenticidade e propósito, defendem especialistas no Web Summit Lisboa 2025

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No painel “How to Build a Strong Personal Brand”, realizado no Web Summit Lisboa 2025, a especialista em comunicação Ana Catarina Martins, fundadora da Creators®, e o empresário Kevin Anderson abordaram os caminhos para desenvolver uma marca profissional sólida, credível e autêntica em um mundo saturado de conteúdo e tecnologias emergentes.

Logo na abertura, Ana Catarina compartilhou uma experiência pessoal para ilustrar o ponto central da conversa: comunicação eficaz não depende de perfeição. “O inglês não é a minha primeira língua, mas isso não me impede de estar aqui. Comunicação não é sobre perfeição: é sobre conexão”, afirmou, sob aplausos. Ela destacou que muitos profissionais, especialmente nas áreas de tecnologia, enfrentam dificuldade em se expressar, o que limita o alcance de suas ideias globalmente.

Ao ser questionado sobre como pessoas que não são especialistas em comunicação podem construir uma marca pessoal forte, Kevin Anderson foi direto: “Nada constrói credibilidade mais do que um livro. É o padrão de ouro da autoridade no seu campo. As redes sociais chamam atenção, mas um livro dura e continua a gerar impacto por anos”, disse. Anderson é fundador de uma empresa que já auxiliou mais de 6.000 autores — entre executivos, empreendedores e criadores — a publicar obras que se tornaram best-sellers internacionais.

Segundo ele, escrever um livro não é apenas um projeto editorial, mas o início de uma conversa com o mundo. “Quando você publica um livro, ganha entrevistas, presença em mídia e convites para eventos. É um atalho legítimo para visibilidade — e o título de autor best-seller o acompanhará por toda a vida”, explicou.

Ana Catarina concordou, observando que o livro pode ser um instrumento de posicionamento tão poderoso quanto as redes sociais, desde que mantenha a autenticidade. “Um livro é o começo de um diálogo, não o fim. Ele abre portas e cria conexões mais profundas, algo que posts isolados dificilmente conseguem”, disse.

Ao falar sobre os desafios práticos de escrever um livro, Anderson reconheceu que “é realmente difícil começar”. Segundo ele, 80% das pessoas desejam escrever um livro, mas menos de 1% consegue concluir o projeto. Por isso, sua empresa oferece programas de mentoria e ghostwriting (escrita em colaboração), para ajudar autores a estruturar suas ideias e encontrar sua voz. “Um bom ghostwriter não substitui o autor — ele amplifica sua autenticidade. É uma relação de coautoria”, destacou.

Anderson explicou que, hoje, o ghostwriting deixou de ser um tabu. “Antes, os autores escondiam que tinham ajuda. Agora, muitos dão crédito no próprio título do livro. A transparência virou parte do processo criativo”, afirmou.

O debate também abordou o papel da inteligência artificial na escrita e na comunicação. Anderson fez uma distinção clara entre colaboração humana e automação: “A IA é boa em escrever conteúdo genérico. O que ela não faz é entrevistar, ler emoções ou entender quando alguém está prestes a revelar algo importante. Um bom escritor ou coach percebe isso e sabe a hora de explorar uma história mais profunda. É aí que entra o toque humano.”


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A conversa então se voltou ao poder do idioma e da tradução na construção de uma marca global. Ana Catarina perguntou se o inglês continuará dominante na comunicação internacional. Anderson respondeu que a IA tem facilitado a tradução e ampliado o alcance de ideias, mas alertou que “ela ainda tende a suavizar as bordas e apagar a voz única de quem escreve”. Para ele, a tradução literária exige sensibilidade cultural: “O papel do tradutor é descobrir a voz do autor e recriá-la, não apenas traduzir palavras.”

O empresário afirmou que livros são pontes culturais, capazes de conectar diferentes públicos. “Você pode escrever em português e alcançar o mundo. As grandes ideias viajam. Um bom tradutor e uma boa história atravessam qualquer fronteira”, disse.

Ao refletir sobre o que torna uma marca pessoal duradoura, Anderson defendeu que o segredo é compartilhar aprendizados reais, mesmo antes do sucesso total. “As pessoas acham que só podem escrever um livro quando estão no auge da carreira. Mas você pode ser uma referência para quem está um passo atrás de você. Isso é construir autoridade de forma genuína”, afirmou.

Encerrando o painel, o conselho final foi simples e prático: comece. “Toda história começa com uma página em branco. Escreva, fale, publique, participe de eventos. A comunicação é uma habilidade que se aperfeiçoa com prática e propósito. Não espere ter todas as respostas — compartilhe o que você já aprendeu”, concluiu Anderson.

Acompanhe a cobertura do Web Summit Lisboa 2025 no portal Central do Varejo e em nossas redes sociais!

Imagens e informações: Mirna Rubim, embaixadora do MBA USP/Esalq

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