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Conviver com diferentes gerações no ambiente de trabalho: desafio ou oportunidade?

Se você olhar para o seu time hoje, provavelmente vai encontrar profissionais de diferentes idades, trajetórias e visões de mundo. Isso já não é uma tendência. É uma realidade consolidada nas empresas. E, como líder, aprendi que o maior erro seria tentar homogeneizar essa convivência. A riqueza está justamente na diversidade.
Já vivi épocas em que a hierarquia era rígida e o conhecimento fluía apenas de cima para baixo. Hoje, lidero em um ambiente onde aprendemos todos os dias com pessoas mais jovens, que trazem novas tecnologias, linguagens e abordagens, ao mesmo tempo em que valorizamos a experiência acumulada daqueles que já trilharam longos caminhos. É esse equilíbrio que nos fortalece como equipe. Os mais novos têm mais energia, novos conhecimentos e os mais velhos têm a sabedoria que o tempo cunhou entre os acertos e os erros.
Mas é claro que nem sempre é simples e, muito menos fácil. Há diferenças de estilo, de ritmo, de comunicação. E aí entra o meu papel: criar pontes, fomentar o diálogo, respeitar o tempo e a forma de cada um, e cultivar um ambiente onde todos sintam que pertencem.
Algumas atitudes têm me ajudado nesse processo:
- Praticar a escuta ativa, especialmente com quem pensa diferente de mim.
- Adaptar a comunicação, reconhecendo que o que funciona para um, pode não funcionar para outro.
- Incentivar o aprendizado constante, promovendo trocas intergeracionais sinceras e produtivas.
- Evitar estereótipos geracionais, tratando cada colaborador como indivíduo, e não como representante de uma faixa etária.
Acredito que a liderança do futuro exige adaptação constante, sem perder o foco no elemento humano. Empresas que estimulam a escuta, o diálogo e o aprendizado mútuo entre gerações estão mais preparadas para inovar, engajar seus times e transformar realidades.
No Kumon, acreditamos que formar líderes é um processo que começa com o exemplo. Nosso compromisso é criar um ambiente em que cada colaborador, independentemente da idade, se sinta parte, tenha voz e encontre espaço para crescer. A diversidade de pensamentos é um ativo valioso, e cabe a nós construirmos pontes que unam essas diferenças rumo a um propósito comum. Porque, no fim das contas, liderar não é apenas conduzir. É também aprender, inspirar e crescer junto.
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(*) Julio Segala. Atua no franchising há 29 anos, graduado em Engenharia Elétrica, Matemática e Física, Mestre em Engenharia, Pós-Graduado em Gestão de Negócios, atualmente Vice-presidente de Operações no Kumon América do Sul, membro dos comitês de Microfranquias & Novos Modelos e Educação da ABF e instrutor dos programas de capacitação da ABF.